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sexta-feira 12 de maio de 2023 às 10:20h

Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes mira PL e Republicanos para vaga de vice

NOTÍCIAS, POLÍTICA


O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, mira dois partidos de direita para a vaga de vice em sua chapa no ano que vem: o PL, legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e o Republicanos, sigla do governador paulista Tarcísio de Freitas. Ambas compõem a base do prefeito na Câmara Municipal.

A chapa com o PL é considerada a mais vantajosa para o prefeito. Além de tirar o deputado federal Ricardo Salles (SP) da disputa — unindo, portanto, o campo da direita —, a composição com o partido daria ao emedebista o maior tempo de televisão da disputa eleitoral.

A aproximação com o PL ficou evidente no último sábado, quando Nunes foi convidado pelo presidente do partido, Valdemar Costa Neto, a participar de um evento do PL Mulher em São Paulo. Nele, o prefeito protagonizou um bate-boca com Salles, como mostrou a colunista do GLOBO Malu Gaspar. Depois da cerimônia, o emedebista almoçou com Bolsonaro e fez um apelo para que ele o apoiasse em 2024. O ex-presidente, no entanto, respondeu que a decisão caberá a Valdemar.

Em São Paulo, o maior fiador político de Nunes no PL é o presidente municipal da legenda, vereador Isac Félix, que é apadrinhado pelo deputado federal Antonio Carlos Rodrigues, um dos caciques do partido no estado. Como mostrou reportagem do GLOBO, o prefeito também pretende se aproximar de Valdemar e da cúpula da legenda por meio do marqueteiro Duda Lima, com quem negocia contrato.

No caso do Republicanos, o pleito se justifica pelo peso do apoio de Tarcísio à candidatura de Nunes. O governador de São Paulo também é cobiçado por Salles, com quem não nutre uma boa relação desde os tempos de ministério, mas já sinalizou preferência pelo prefeito de São Paulo. Em pesquisa Datafolha divulgada em abril, Tarcísio ostenta uma aprovação de 44%.

— Hoje, eu diria que há 90% de chance de apoiarmos o Ricardo Nunes — afirmou o vereador André Santos, presidente do Republicanos na cidade de São Paulo.

Segundo ele, o apoio a Ricardo Salles sequer foi discutido dentro do partido.

— Para nós, existe só um nome. E chama-se Ricardo Nunes — disse o parlamentar, acrescentando que o partido vai pleitear o posto de vice, embora o cargo não seja determinante para o apoio ao prefeito. — Hoje o Republicanos é um partido extremamente representativo no cenário nacional e também tem o governador do estado. É justo que a gente faça essa solicitação.

Enquanto Nunes acena ao PL e Republicanos, o PSDB se esforça para fazer parte dessa equação. A principal justificativa dos tucanos é que o prefeito foi eleito na chapa de Bruno Covas, morto em maio de 2021. Dar a vaga para um tucano seria uma forma de manter o legado de Bruno por perto. Porém, essa possibilidade é considerada remota, já que o partido se tornou nanico após as eleições do ano passado e não teria quadros para indicar em São Paulo, a não ser Tomás Covas, filho de Bruno.

Flerte com outros partidos

Aliados de Nunes dizem que os três partidos (PL, Republicanos e PSDB) sondaram Nunes sobre uma possível filiação. Não houve, no entanto, um convite formal, apenas “conversas de corredor”, no sentido de deixar as portas abertas caso ele queira deixar o MDB, disse uma pessoa próxima ao prefeito. Ao menos até agora, nenhum atrelou a mudança ao apoio nas eleições do ano que vem.

Interlocutores do chefe do Executivo paulistano afirmam que ele não planeja deixar o MDB, partido ao qual se filiou com 18 anos, assim que tirou o título de eleitor. O prefeito tem grande influência na legenda e é o presidente do diretório municipal em São Paulo.

Em relação à candidatura de Ricardo Salles, é consenso que pode atrapalhar os planos de reeleição do prefeito. A presença do ex-ministro no pleito municipal pode resultar numa polarização com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), relegando Nunes ao centro.

Integrantes do PL dizem que Salles tem enfrentado resistências dentro do chamado PL raiz, composto por parlamentares que já estavam no partido antes mesmo de Jair Bolsonaro. Segundo aliados e opositores, a sobrevivência de sua candidatura dependerá, entre outros fatores, do desempenho nas pesquisas de intenção de voto. Se pontuar bem, poderá ganhar fôlego e apoio no partido.

Por enquanto, a articulação de Salles envolve o núcleo duro do bolsonarismo paulista, com quem se reúne quinzenalmente, às segundas-feiras, em sua casa, na capital paulista.

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