Quando o nome de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, aparece nas conversas de interlocutores com Alexandre de Moraes, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) deixa evidente segundo a colunista Bela Megale, do O Globo, que o coronel está na sua “mira”.
Questionado sobre qual será o futuro das investigações que correm na corte envolvendo Mauro Cid, Moraes tem respondido, a portas fechadas: “esse me aguarde”.
Ex-integrantes do governo Bolsonaro com interlocução direta no STF descrevem Cid como uma das figuras que atuou de maneira mais incendiária junto ao ex-presidente durante seu governo em questionamentos sobre as urnas e o Judiciário. O coronel, no entanto, nega atuação nessa frente e diz que sua conduta foi profissional.
Cid é alvo de ao menos quatro ações que correm no STF e na Justiça comum ligadas à sua atividade como ajudante de ordens de Bolsonaro. O coronel é investigado no inquérito da Polícia Federal que apura o caso das joias da Arábia Saudita. Foi ele quem assinou o ofício que determinou que um funcionário do gabinete presidencial tentasse reaver um conjunto de R$ 16,5 milhões retido pela Receita Federal e que seria destinado ao seu antigo chefe.
Como informou a coluna, há na cúpula do Exército o arrependimento de não ter feito reprimendas a Cid quando ele ainda era ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. A avaliação na Força é que ele “extrapolou” suas funções e acabou contaminando a imagem dos militares.