O grupo português de energia EDP é um investidor de longo prazo no Brasil e continua a ver boas oportunidades de crescimento, disse nesta quinta-feira o CEO da companhia, Miguel Stilwell d’Andrade, ao comentar sobre o plano de fechamento de capital da subsidiária EDP Brasil.
Em coletiva de imprensa para detalhar o novo plano estratégico da EDP, ele reforçou o compromisso da companhia com suas operações no país, ressaltando que a EDP está há muitos anos no Brasil e já passou por vários ciclos econômicos e políticos.
Segundo o executivo, a oferta para fechar capital no Brasil otimizará as operações do grupo no país, onde também atua com a EDP Renováveis, braço de geração de energia ligado diretamente à matriz portuguesa.
Ele afirmou ainda que o mix de portfólio do grupo no Brasil está mudando ao longo do tempo. A companhia está vendendo sua termelétrica a carvão em Pecém (CE) e pode vender hidrelétricas, disse Stilwell, a fim de se concentrar mais nos negócios de redes, clientes e renováveis.
No caso da térmica de Pecém, a elétrica pretende fechar a alienação do ativo ainda neste ano e deverá receber propostas não vinculantes de interessados até maio, disse Miguel Setas, presidente do conselho de administração da EDP Brasil, durante a coletiva.
“A companhia continua a tentar encontrar formas de estender esses contratos (da térmica) ou algum tipo de geração de receita depois desse período”, afirmou Setas, em referência ao fato de os contratos de fornecimento de energia de Pecém expirarem em 2027.
Nesta semana, o CEO da EDP Brasil, João Marques da Cruz, comentou em teleconferência que a companhia estudaria oportunidades de crescimento em distribuição de energia, como a aquisição da Enel Ceará, e em transmissão, como os leilões do governo. Ele também voltou a dizer que a elétrica estaria disposta a vender mais usinas hidrelétricas a um preço “justo”.