Pouco mais de dois anos após seu lançamento, o Pix atualmente é o meio de pagamento mais utilizado no Brasil, de acordo com pesquisa Radar Febraban. Somente em dezembro de 2022, conforme Claudio Yuge, do Canal Tech, foram realizadas mais de 2,8 bilhões de transações com o Pix, que movimentaram um valor de mais de 1,2 trilhões de reais, segundo informações do Banco Central do Brasil (BCB). E, com tanta popularidade, os bandidos estão cada vez mais de olhos em tentativas de golpes.
Desde o começo de 2023, os usuários vêm sendo abordados por cibercriminosos por uma prática que vem sendo popularmente chamada de “Novo Golpe do Pix”. André Ferraz, CEO e cofundador da Incognia, empresa de identidade digital baseada em localização, explica que a atividade fraudulenta combina o uso de engenharia social e a violação de dados bancários confidenciais para induzir potenciais vítimas a realizarem transações de Pix para a conta de bandidos.
Abaixo, confira como agem os bandidos:
- A princípio, o criminoso telefona a um cliente de serviços financeiros e afirma ser funcionário da instituição. Na sequência, informa que a conta daquele consumidor foi invadida e que movimentações de valores foram feitas. As transações alegadas são, na realidade, falsas, mas, no momento, isso ainda não é de conhecimento da vítima;
- Em seguida, o fraudador apresenta informações confidenciais da vítima, incluindo dados do histórico de transações, valores exatos de débitos automáticos, transferências via Pix, entre outros, com o objetivo de fazê-la acreditar que quem realizou a ligação é mesmo um funcionário do banco;
- O objetivo é persuadir a vítima a transferir os mesmos valores citados no início da ligação para contas de laranjas. A justificativa fornecida é que o banco irá detectar a duplicidade das transações e cancelar tudo.
Como se proteger do novo golpe do Pix
Para não ser uma vítima dessa abordagem que tem tirado dinheiro de muita gente por aí, é recomendável seguir orientações do especialista, que compartilha dicas de como identificar e se proteger contra a ação dos criminosos:
- Não forneça informações pessoais, como senhas, números de conta, números de cartão de crédito, entre outros, a pessoas desconhecidas;
- Se receber uma ligação suspeita, desconfie e não forneça informações ou realize transações financeiras. Bancos e instituições financeiras geralmente não solicitam informações confidenciais via telefone, tampouco a realização de transações via Pix para dar sequência em qualquer procedimento;
- Preste atenção aos detalhes da ligação, como a qualidade da linha, a forma de falar do interlocutor, a velocidade de resposta e se eles sabem informações confidenciais sobre você, isso pode indicar fraude. Se possível, verifique o número da ligação e confronte com os números de canais oficiais de contato do seu banco;
- Após receber uma ligação desse tipo, contate imediatamente seu banco e verifique se houve alguma atividade suspeita em sua conta;
- Caso precise entrar em contato com o seu banco, use somente o número de telefone oficial da instituição.
Dados divulgados pelo Banco Central mostram o registro de 739.145 indícios de crimes envolvendo o Pix de janeiro a junho de 2022, um crescimento de 2.818% em relação ao mesmo período do ano anterior.
“A cada dia que passa, os fraudadores estão mais habilidosos tanto na abordagem ao praticar engenharia social, quanto em recursos tecnológicos. Portanto, é dever das instituições financeiras o investimento e a implementação de medidas rigorosas de segurança, pois, além de manter sua credibilidade inabalável, garantem a melhor experiência possível para o usuário final. Em casos como o novo golpe do Pix, que envolve pagamentos e transferências, é importante que as pessoas tenham conhecimento sobre como acontecem esses golpes para estarem sempre alertas ao serem abordadas por supostos funcionários bancários”, conclui Ferraz.