Nos seis anos em que esteve preso, Sérgio Cabral Filho foi suspeito, em mais de uma ocasião, de desfrutar de mordomias vedadas aos demais internos do sistema carcerário.
Segundo o jornal Extra, no episódio mais recente, em março de 2022, durante inspeção realizada no Batalhão Especial Prisional (BEP), em Niterói, as autoridades encontraram desde toalhas gravadas com o nome do ex-governador até talheres de inox, uma prateleira com fundo falso para esconder celulares, chuveiros com um sistema próprio de aquecimento e uma lista contendo itens de um verdadeiro banquete de comida árabe. A fiscalização encontrou ainda placas de isopor instaladas no teto, para diminuir o calor, e piso emborrachado.
Em nota divulgada à época, a defesa de Sérgio Cabral alegou não ter sido encontrada qualquer irregularidade na cela dele e que nenhum dos objetos apreendidos nas áreas comuns estava relacionado ao ex-governador.
Após a vistoria, a Justiça determinou a transferência de Cabral para a Penitenciária Laércio da Costa Pellegrino, presídio de segurança máxima conhecido como Bangu 1. As transferências, por sinal, foram frequentes no período em que o político passou na prisão. Foram seis unidades prisionais diferentes, no Rio, em Niterói e em Pinhais, no Paraná.
A linha do tempo de Cabral no cárcere começa em novembro de 2016, quando ele é levado para a Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, conhecida por Bangu 8. Em maio de 2017, é transferido para a Cadeira Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte. No local, foi montada uma pequena “sala de cinema” com direito a TV de 65 polegadas, caixas de som e um equipamento capaz de reproduzir acervo de 160 filmes.
Após a descoberta, o ex-governador foi transferido, em janeiro de 2018, para o Complexo Médico de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, capital paranaense. A temporada no Paraná durou pouco menos de três meses. Em abril de 2018 ele volta ao Rio, mais uma vez para Bangu 8, onde câmeras de segurança flagraram o político circulando livremente pelo local e recebendo visitas fora do horário determinado.
Em setembro de 2021, é transferido para o BEP da Polícia Militar, em Niterói. Como resultado da vistoria realizada em março de 2022, é transferido primeiro para Bangu 1, depois para o Quartel dos Bombeiros do Humaitá e, em junho, retorna ao BEP onde fica até dezembro quando lhe é concedida a prisão domiciliar.