A Rainha Elizabeth II, morta em setembro deste ano, sofria de um câncer raro de medula, sabia que ia morrer e se distraía assistindo a séries, revela o livro “Elizabeth: An Intimate Portrait” (“Elizabeth: Um Retrato Íntimo”, em tradução livre), de Gyles Brandreth, grande amigo da família real. As informações são do Daily Mail.
Na publicação, que será lançada em dezembro nos Estados Unidos, o escritor afirma que a Rainha não morreu de causas naturais, como foi divulgado previamente. Segundo Gyles, a monarca, na realidade, sofria com um mieloma, um tipo de câncer frequente em pessoas acima de 50 anos, localizado na medula óssea.
O livro ainda diz que, nos últimos dias de sua vida, sabendo que morreria, foram tomados todos os cuidados para garantir o conforto da Rainha, mas sem tirar a sua lucidez, para que continuasse cumprindo as suas obrigações.
Para se distrair, a Rainha Elizabeth começou a assistir à série policial britânica “Line of Duty”, exibida por aqui pela Netflix. O hábito teriado nascido logo após a morte do marido da monarca, o príncipe Philip, em abril de 2021.
Confusão no registro da morte
Dias após o enterro da Rainha Elizabeth II, o governo da Escócia e o palácio de Buckingham divulgaram o atestado de óbito da rainha com a causa de sua morte, que era mantida em segredo desde o dia do falecimento, em 8 de setembro.
Segundo o documento oficial, a causa da morte foi “old age”, ou velhice, em tradução livre. Desde dezembro de 2021, no entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não considera velhice como uma doença. A associação dos termos é considerada etarismo, que é o preconceito com pessoas mais velhas apenas por causa da idade.
“A confusão que pode causar ou a indução, mesmo sem ser este o objetivo, de profissionais em sociedades especialmente em que ainda predominam o estigma e o preconceito em relação às pessoas idosas não nos parece ser a melhor escolha”, afirmou Maria Cristina Hoffmann, representante da Coordenação de Saúde do Idoso do Ministério da Saúde à Agência Câmara, em meados de 2021.
O movimento para que o termo não fosse incluído no CID, que é a classificação internacional de doenças, partiu de sociedades cientificas de todo o mundo e organizações da sociedade civil. O receio deles é que “old age” fosse cada vez mais usado em atestados de morte e as reais causas do falecimento não fossem investigadas ou reveladas.