O lugar de Simone Tebet no ministério de Lula

No início da semana, em um ato no Teatro Tuca, em São Paulo, Lula afirmou segundo a coluna de Malu Gaspar, do O Globo, que se fosse eleito começaria a negociar o ministério neste último domingo (30). A partir de agora, Lula terá que eleger prioridades e fazer escolhas que certamente deixarão descontentes parte de seus aliados.

Muitos são os aliados que Lula terá que acomodar no governo, mas uma presença é certa: a de Simone Tebet (MDB), principal cabo eleitoral do ex-presidente no segundo turno. Depois de terminar o primeiro turno em terceiro lugar na disputa para a presidência da República, com 4,9 milhões de votos, Simone se engajou firmemente na campanha de Lula.

A vitória do petista acabou saindo por uma diferença de 2 milhões de votos, o que mostra que o empenho da emedebista foi fundamental.

O próprio Lula reconheceu a importância da nova aliada, primeira a ser citada nos agradecimentos que fez no discurso da vitória.

Nos últimos dias, os aliados do agora presidente eleito foram unânimes em reconhecer que Simone teria um lugar no ministério, mesmo sem arriscar dizer qual seria ele.

Nas conversas com aliados, a ex-presidenciável deixou claro que não gostaria de assumir a Agricultura, opção óbvia para quem veio de um estado fortemente dependente do setor agrícola, o Mato Grosso do Sul. A ex-ministra de Bolsonaro, Tereza Cristina (PP), que acaba de se eleger para o Senado, também é de lá.

Simone quer aproveitar essa nova fase para ampliar senadora quer ampliar o alcance de sua atuação para além do agro. Se puder escolher, vai ficar com um ministério na área social. Terá, porém, várias concorrentes fortes nesse campo, uma vez que o PT dispõe de muitos quadros.

A pasta com que Simone sonha é a da Educação, mas a favorita para o cargo é Izolda Cela (sem partido), governadora do Ceará, estado que tem bons indicadores educacionais e a experiência-modelo de Sobral.

Simone também poderia ficar com o ministério da Ação Social, que tem fortes candidatas, ou o da Cidadania, que por manejar um orçamento bilionário muito provavelmente ficará com um petista.

Independentemente do destino que tiver, porém, Simone tem muitos motivos para comemorar. Entrou na disputa eleitoral desacreditada e saiu com um ministério certo no futuro governo Lula.