Na última sexta-feira (21), Dilma Rousseff (PT) pediu em comício em Lauro de Freitas, município na região metropolitana de Salvador, que os baianos elejam o candidato do Partido dos Trabalhadores, Jerônimo Rodrigues.
Nos bastidores, o comentário é que Jerônimo e Lula, escondem Dilma e fazem de tudo para não aparecerem em fotos ao lado da ex-presidente, que sofreu impeachment em 2016.
No evento em Lauro, só compareceu o vice na chapa de Jerônimo, o vereador Geraldo Júnior (MDB), o senador Jaques Wagner (PT), além de alguns deputados.
“Foi por causa dos votos do povo baiano que eu me elegi presidente, foram os votos que recebi aqui na Bahia, em uma eleição muito difícil que todo mundo dizia que não ia dar e deu, deu porque a Bahia votou em mim”, disse Dilma no discurso. O estranho, segundo a imprensa baiana, é que se a Bahia é tão importante para eleger Lula, por que eles não aparecem juntos.
O comício foi realizado supostamente com centenas de servidores da prefeitura de Lauro de Freitas e militantes de diversos municípios vizinhos. O assédio ou coação eleitoral é crime e está previsto no artigo 301 do Código Eleitoral. Usar ameaça para coagir alguém a votar ou não votar em determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos, é crime e pode levar o responsável por essa conduta para a cadeia. O assédio eleitoral tem pena de reclusão de até quatro anos e pagamento de multa.
Por ser a maior liderança política de Lauro, o #Acesse Política entrou em contato com o vice-governador e deputado federal eleito, João Leão (PP). Leão foi prefeito do município e seu grupo político governou a cidade por 16 anos, com os ex-prefeitos Otávio Pimentel, Roberto Muniz e Marcelo Abreu, consecutivamente. Em 2 de outubro, Leão foi eleito o deputado federal e o mais votado de Lauro de Freitas.
“Bem amigos, qualquer prática que vise a limitar ou suprimir a liberdade de voto de funcionários ou servidores, bem como as condutas que os discriminem em razão de suas convicções políticas, são contra a lei eleitoral. Minha amiga Moema deve tomar cuidado. Um conselho para ela, o congresso nacional acaba de dar entrada na criação de CPI sobre assédio eleitoral para fiscalizar prefeitos e empresários. Muitos estão vindo me falar que foram assediados aqui em Lauro. Isso é algo sério. Quem sofre assédio eleitoral precisa denunciar. Não é só uma questão pessoal, mas, também, uma questão de cidadania. É o futuro da Bahia e do Brasil que estão em jogo”, disse Leão que apoia ACM Neto (União Brasil), candidato ao governo do estado e Jair Bolsonaro (PL), presidente da República que busca reeleição. Ambos os candidatos estão tecnicamente empatados com candidatos do PT.