Entre líderes da base aliada e da oposição, é grande a expectativa em torno do veredito de Jerônimo Rodrigues (PT) sobre o debate da TV Bahia com ACM Neto (União Brasil), marcado para quinta-feira (27).
Segundo a coluna Satélite, do Correio*, hoje será realizado, às 14h, o primeiro encontro da emissora com representantes dos dois candidatos para discutir detalhes do confronto, mas a equipe do petista não havia confirmado presença na reunião até a noite de ontem. Reservadamente, auxiliares próximos ao ex-secretário estadual da Educação admitem conforme o jornal, divergências internas quanto à presença de Jerônimo no debate, sobretudo, por integrantes da coordenação política da campanha.
Ainda conforme a publicação, uma parte do núcleo-duro do PT considera o duelo direto com ACM Neto arriscado demais, sob o argumento de que o desempenho de Jerônimo nas últimas entrevistas ao vivo repercutiu muito mal. A outra acha que a ausência pode custar caro, por ser traduzida pelo eleitorado como medo do petista de encarar o rival e expor as próprias deficiências.
Publicamente, ao menos dois petistas graduados defendem a ida de Jerônimo aos debates: os deputados federais reeleitos Jorge Solla e Joseildo Ramos. Já os irmãos Lúcio e Geddel Vieira Lima, que comandam o MDB da Bahia e engrossaram a tropa de porta-vozes da campanha do ex-secretário no segundo turno, vinham se posicionando contra a participação, mas evitaram o tema nas manifestações mais recentes. Cardeais governistas consultados pela coluna Satélite garantem que Jerônimo só irá ao confronto na TV Bahia se houver chances altas de sofrer uma virada na reta final.
Até o momento, a cúpula do PT e os estrategistas da campanha de Jerônimo ainda mantêm dúvidas sobre a presença no debate. Em especial, pelas imprecisões apresentadas por diferentes pesquisas, tanto as que foram divulgadas na imprensa quanto as de consumo interno. Ao mesmo tempo, há uma crescente apreensão com o cenário da disputa presidencial, cada vez mais imprevisível, e os eventuais efeitos da queda de braço entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) na corrida pelo governo baiano, onde qualquer variação tem capacidade para alterar o quadro de modo substancial.