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quarta-feira 5 de outubro de 2022 às 05:37h

Bolsonaro tenta apoio de ACM Neto, que tende a declarar neutralidade na Bahia

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Depois de conquistar o apoio dos governadores de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, os três maiores colégios eleitorais do País, o presidente Jair Bolsonaro (PL) pressiona ACM Neto (União Brasil) a endossar sua candidatura à reeleição no segundo turno da disputa pelo Planalto. Aliados do ex-prefeito de Salvador dizem, no entanto, que ele deve manter a posição de neutralidade.

A estratégia de Bolsonaro, que começou a ser colocada em prática no dia seguinte ao primeiro turno, é tentar reduzir a vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos Estados nordestinos, enquanto aposta na ampliação do apoio que alcançou no Sudeste. Dos três maiores colégios eleitorais do País, o candidato à reeleição foi mais votado que o petista em dois: São Paulo e Rio de Janeiro. Em Minas Gerais, foi superado por Lula. A Bahia é o quarto Estado com mais eleitores.

O Broadcast Político apurou que, em reunião ontem com a bancada de deputados federais do União Brasil na Bahia, ACM Neto teria decidido manter a estratégia adotada no primeiro turno, quando não declarou apoio a nenhum dos candidatos à Presidência. A avaliação da campanha é de que o ex-prefeito recebeu votos do eleitorado tanto de Lula quanto de Bolsonaro e qualquer posicionamento em direção a um dos dois poderia gerar perda do que foi conquistado na primeira etapa da disputa.

Aliados de ACM acreditam também que o voto bolsonarista no ex-ministro da Cidadania João Roma (PL), terceiro colocado no primeiro turno, deve migrar naturalmente para ele, que faz oposição ao candidato petista Jerônimo Rodrigues. Assim, uma declaração de apoio ao presidente, visando esse eleitorado, não seria necessária.

A campanha de Bolsonaro, por outro lado, dá como certo o apoio de ACM por considerar que o ex-prefeito precisa ligar sua imagem à do chefe do Executivo depois de ter ficado atrás de Jerônimo no primeiro turno. Nesta terça-feira, 4, o chefe do Executivo disse, no Palácio do Planalto, que está “à disposição” do ex-prefeito de Salvador.

Outro fator que pesa para ACM Neto é a rejeição a Bolsonaro na Bahia, onde Lula terminou o primeiro turno com 69,73% contra 24,31% do presidente. O entorno do ex-prefeito avalia que a força do petista foi a principal responsável pelo resultado de Jerônimo, que encerrou a primeira etapa da corrida em uma liderança que pegou a campanha de surpresa e tampouco foi prevista pelas pesquisas de intenção de voto.

Um apoio a Bolsonaro contraria a vontade do eleitor baiano e poderia ser usado como munição pelos petistas para desgastar ainda mais ACM, receiam aliados. Na campanha, a ordem é evitar o “dividir para conquistar”. Aliados querem manter o resultado do primeiro turno, quando o candidato foi beneficiado pelo voto “Luneto”, e conquistar o apoio dos bolsonaristas que ficaram com Roma.

Nesta última terça-feira (4) Bolsonaro recebeu o apoio do governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), do governador reeleito do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), que ficou fora do segundo turno no Estado, que será disputado entre o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o ex-prefeito Fernando Haddad (PT).

Os três governadores fizeram pronunciamentos ao lado de Bolsonaro. Com as alianças regionais, a campanha do chefe do Executivo quer criar fatos políticos que o impulsionem no segundo turno contra Lula. O QG bolsonarista conta também com a oficialização do apoio do governador reeleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e do governador reeleito de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil).

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