As exportações brasileiras do agronegócio somaram 79,32 bilhões de dólares (ou R$ 430,76 bilhões ) de janeiro a junho, alta de 29,4% ante o primeiro semestre de 2021 e valor recorde para o período, puxadas pela alta de preços dos produtos, disse nesta quinta-feira o Ministério da Agricultura.
Os preços tiveram avanço de 27,7% no acumulado do ano até junho, enquanto o volume exportado subiu menos, na casa de 1,3%.
Com o desempenho, o agronegócio representou 48,3% das exportações totais do país nos seis primeiros meses de 2022.
O complexo soja (composto pelo grão, óleo e farelo) registrou queda de 2,5% no volume embarcado de janeiro a junho, para 64,7 milhões de toneladas, pressionada por um recuo de 7,8% nas exportações da oleaginosa em grãos, a 53,07 milhões de toneladas.
A redução reflete a menor disponibilidade de grãos para embarque após quebra na safra de verão 2021/22 causada pela seca na região Sul. No ano passado, o país –maior produtor e exportador global de soja– havia colhido uma safra recorde.
Já o preço médio da oleaginosa subiu mais de 30%, fazendo com que a receita de exportação do grão atingisse 30,5 bilhões de dólares, avanço de 23,7% ante igual período de 2021.
Em junho, as exportações totais do setor agropecuário também atingiram valor recorde da série histórica, com 15,71 bilhões de dólares (+31,2%), disse o ministério em nota. Ainda houve expansão de 2,1% no volume embarcado.
O complexo soja alcançou recorde de 8,06 bilhões de dólares em vendas externas para meses de junho (+31,9%), mesmo com queda do volume importado (-2,3%), em virtude do desempenho da soja em grãos.
“A China, tradicional importadora da oleaginosa brasileira, adquiriu em junho 64,5% da quantidade exportada, 6,49 milhões de toneladas (-8,2%)”, disse a pasta.
As exportações de farelo de soja, segundo principal produto do complexo, foram de 1,20 bilhão de dólares em junho (+63,8%). Pela primeira vez na série histórica, os embarques do produto nos meses de junho superaram a casa de 1 bilhão.
“Com menor produção de soja em grãos na América do Sul (Argentina e Brasil), e a guerra na Ucrânia (maior exportador mundial de farelo de girassol), a oferta de farelo para alimentação animal se reduziu no mundo, impactando os preços internacionais do produto brasileiro”, afirmou o ministério.
O principal mercado importador de farelo de soja do Brasil foi a União Europeia, que adquiriu 448,26 milhões de dólares (+41,4%) ou 804,8 mil toneladas (+8%), com 35,4% de participação.
As vendas externas de carnes, segundo setor mais importante em exportações, foram de 2,35 bilhões de dólares em junho(+32%). Trata-se do maior valor mensal de toda a série histórica iniciada em janeiro de 1997, puxado pelos embarques da proteína bovina e de frango.
O valor foi obtido em função, principalmente, do incremento dos preços médios de exportação dos produtos do setor (+25,8%), embora com menor aumento de quantidade exportada (+4,9%).