O ex-coordenador da Lava Jato Deltan Dallagnol (Podemos), que deixou a carreira no Ministério Público Federal (MPF) para concorrer a uma vaga de deputado federal pelo Paraná nas próximas eleições, indicou que, em um segundo turno entre o atual presidente, Jair Bolsonaro, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vota no primeiro. A declaração foi feita em um vídeo publicado em seu perfil no Instagram.
“Por mais que eu não goste de muitas atitudes do atual governo, simplesmente não há nada pior ou mais ameaçador para o futuro do Brasil do que o PT e Lula voltarem para a cena do crime”, disse Deltan Dallagnol quando perguntado em quem votaria em um eventual segundo turno entre os dois.
O eventual apoio a Bolsonaro vem segundo o jornal O Tempo, após diversas trocas de farpas entre o procurador e o atual presidente. Deltan já disse, por exemplo, que “o candidato prometeu muito e cumpriu pouco” e que “gostaria de um presidente que honrasse a verdade”. Deltan Dallagnol, assim como outros integrantes da Lava Jato, já apontaram o atual governo como um dos responsáveis pela destruição da operação. O afastamento se deu sobretudo após a saída do ex-juiz Sergio Moro do Ministério da Justiça.
Já Bolsonaro também criticou bastante o ex-coordenador da Lava Jato e insinuou que Deltan Dallagnol fraudava delações na época da operação, ao explicar, em dezembro do ano passado, por qual motivo rejeitou um encontro com o procurador para tratar de indicação à Procuradoria Geral da República (PGR).
“Se eu tivesse audiência com ele, com toda certeza não ia indicar à PGR. Mas iria sair uma história pronta. Como faziam por ocasião de alguns depoimentos por ocasião da Lava Jato”, disse Bolsonaro na época, complementando: “Escrevia o depoimento, chamava o cara para assinar. E ia falar o quê? Que eu teria feito proposta indecorosa para ele. Salvar um amigo, parente”, disse Bolsonaro sobre o episódio.