Em entrevista ao Correio Braziliense, o ministro Gilmar Mendes (foto) afirmou considerar que, em seus 20 anos no Supremo Tribunal Federal, os momentos mais difíceis da Corte envolvem a força-tarefa da Lava Jato. O magistrado disse ainda não ter dúvidas de que a operação foi um projeto político liderado por pessoas com apreço por poder e dinheiro.
Mais, comparou as 10 medidas anticorrupção, de autoria do Ministério Público Federal, ao AI-5.
“Os senhores vão se lembrar, por exemplo, de Curitiba. Sem nenhum menoscabo, mas está longe de Curitiba ser o grande centro de liderança intelectual do Brasil. Não obstante, Curitiba passou a pautar-nos. Tinha normas que praticamente proibiam o habeas corpus. Normas tão radicais quanto a do AI-5. Proibição de liminares e coisas do tipo. A Lava Jato era um projeto que ia para além das atividades meramente judiciais. E (os integrantes) passaram, também, a acumular recursos”, afirmou.
Sobre a tal Vaza Jato, Gilmar Mendes afirmou:
“Aquilo saiu do status de maior operação de combate à corrupção para o maior escândalo judicial do mundo. Mais do que um projeto político, a Lava Jato era um projeto político de viés totalitário: uso de prisão para obter delação e cobrança para que determinadas pessoas fossem delatadas.”