Embora competitiva em uma disputa para o Senado pelo Distrito Federal, a ex-ministra Damares Alves (PL) acalenta uma projeção política segundo Laryssa Borges, da revista Veja, que é ainda mais ousada: ser candidata a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL), que concorre à reeleição. A hipótese é descrita por aliados como um projeto pessoal, e não como um cenário real posto na mesa de discussão dos coordenadores da campanha do ex-capitão.
Nos últimos dias, com a possibilidade de a deputada e ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina (PP) ser escolhida como vice do bolsonarismo, que aposta na possibilidade de a parlamentar cabalar mais votos do que o general Walter Braga Netto (PL), virtual vice do ex-capitão, interlocutores de Damares voltaram a afirmar que o projeto político dela, um dos mais eloquentes expoentes ideológicos do governo, é ser chamada para compor a chapa presidencial. Um sinal disso, dizem, seria a agenda de campanha minguada em Brasília e em cidades do entorno da capital.
Ex-titular da pasta das Mulheres, Família e Direitos Humanos, Damares Alves é próxima da primeira-dama Michelle Bolsonaro, que, embora filiada ao PL, se recusou recentemente a protagonizar a propaganda eleitoral do partido. O motivo, dizem interlocutores da ex-ministra, seria a suposta pressão que a primeira-dama estaria fazendo para que o presidente considere a aliada como politicamente viável como companheira de chapa. Procurada, Damares divulgou a seguinte nota: “Damares Alves agradece a todos que a apoiam como vice do presidente Bolsonaro. Informa que até o momento é pré-candidata do DF ao Senado pelo Partido Republicanos e acredita que esta deve ser a sua missão, porque, se eleita, poderá ajudar muito o Presidente Jair Bolsonaro no Congresso Nacional”.
Segundo pesquisa do instituto Real Time Big Data divulgada na quarta-feira 8, o senador Reguffe (União Brasil) lidera a corrida pelo Senado no Distrito Federal e tem 17% das intenções de voto, cenário de empate técnico com Damares e as deputadas Flávia Arruda (PL) e Erika Kokay (PT), todas com 16%.