Os preços dos planos de saúde no Brasil podem subir até 5,5%, devido ao piso salarial para os profissionais de enfermagem, cujo projeto está em tramitação no Congresso Nacional.
De acordo com a Confederação Nacional de Saúde, Hospitais, Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde), o gasto adicional máximo estimado para as operadoras de saúde será de R$ 11,4 bilhões, se a Casa Legislativa não encontrar uma fonte de custeio para o projeto.
O repasse desse valor para os clientes, no entanto, aconteceria daqui a 2 ou 3 anos, também conforme a entidade em projeção feita pelo portal Poder 360.
Além disso, essa elevação, de acordo com o Dieese, vai elevar em 12,5% os gastos anuais das empresas privadas com salários da enfermagem, sendo o setor com o maior impacto proporcional.
Colocando o setor público nesta conta, o acréscimo vai custar R$ 16,3 bi por ano. A maior parte do valor (69%), segundo a CNSaúde, será em decorrência do piso de R$ 3.325 dos técnicos.
Fonte de custeio
Congressistas ainda buscam possíveis fontes para bancar o novo piso salarial nacional dos enfermeiros, de R$ 4.750.
As possibilidades na mesa são: uso de recursos de fundos especiais e receita com tributos sobre jogos de azar. Mas a liberação dos jogos está parada no Senado. Há resistências na Casa à análise do projeto em ano eleitoral.
O setor privado defende a desoneração da folha de pagamentos para aliviar o impacto. Mas diz que, mesmo que isso seja feito, ainda haverá aumento nos gastos. O Planalto é contra essa solução.
A CNSaúde afirma que a definição pelo Congresso de fontes de custeios é necessária para viabilizar o projeto.
“Nem o setor público nem o setor privado (seja filantrópico ou não) têm condições de arcar com esse alto custo de forma permanente”, informa a entidade.