Homem mais rico do mundo, o empresário Elon Musk frequentemente se posiciona nas redes sociais sobre política e coleciona declarações polêmicas. Ele está no Brasil e se encontrou hoje com o presidente Jair Bolsonaro (PL), ministros e empresários na cidade de Porto Feliz, no interior de São Paulo.
O fundador da Tesla já disse conforme o UOL, que era “socialista” e “politicamente moderado”. Nesta semana, porém, ele publicou no Twitter que, daqui para frente, votará nos republicanos, partido do qual faz parte o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.
No passado, eu votava nos Democratas, porque eles eram (principalmente) o partido da gentileza. Mas eles se tornaram o partido da polarização e do ódio, então não posso mais apoiá-los e votarei nos Republicanos.Elon Musk, sobre política nos EUA
In the past I voted Democrat, because they were (mostly) the kindness party.
But they have become the party of division & hate, so I can no longer support them and will vote Republican.
Now, watch their dirty tricks campaign against me unfold ?
— Elon Musk (@elonmusk) May 18, 2022
Musk tem criticado frequentemente o presidente dos EUA, Joe Biden. Em uma entrevista a um podcast na segunda-feira (16), disse que o democrata se apoia demais no teleprompter e que não está fazendo muita coisa no governo.
O presidente de verdade é quem controla o teleprompter. Esse governo não parece fazer muita coisa. No governo Trump, deixando o Trump de lado, havia muitas pessoas que eram eficientes.Elon Musk, em crítica a Joe Biden
Meio ambiente
Em 2017, Musk deixou um conselho consultivo do governo Trump, depois que os Estados Unidos abandonaram o Acordo de Paris.
A mudança climática é real. Deixar [o Acordo de] Paris não é bom para os Estados Unidos nem para o mundo.Elon Musk, em 2017, nas redes sociais
O Acordo de Paris foi aprovado por 195 países em 2015 e tem como uma de suas principais metas reduzir a emissão de gases do efeito estufa para a evitar o aquecimento global.
Durante a campanha eleitoral em 2018, Bolsonaro disse que poderia retirar o Brasil do Acordo de Paris se fosse eleito. Apesar da declaração, o Brasil continua signatário do pacto.
Trump no Twitter
Ainda nesse mês, Musk disse que permitirá que o ex-presidente norte-americano volte ao Twitter, se chegar a um acordo para adquirir a rede social der certo.
“Penso que não foi correto banir Donald Trump”, disse Musk em entrevista ao jornal Financial Times.
“Acho que foi um erro, porque marginalizou grande parte do país e, em última instância, não fez com que Donald Trump não tivesse voz.”
Trump foi banido do Twitter e de outras redes sociais depois que seus apoiadores, estimulados por seus tuítes alegando fraude eleitoral, atacaram o Congresso americano em 6 de janeiro de 2021, em uma tentativa frustrada de evitar que Biden fosse certificado como o vencedor das eleições em 2020.
Musk, que é dono também da Tesla, caiu no gosto dos bolsonaristas por ter indicado que gostaria de mudar as políticas da plataforma. Os apoiadores do presidente criticam a rede social pelos limites impostos a compartilhamento de desinformação.
Quando o Twitter fixou acordo com Musk, Bolsonaro disse que a compra “mudou o humor do Brasil”, já que o sul-africano falou ter como prioridade “aumentar os limites da liberdade de expressão”.
Pandemia
Musk e Bolsonaro convergem em declarações polêmicas sobre a pandemia da covid-19.
O dono da Tesla disse em 2020 que “pânico do coronavírus” era “idiota”, e criticou os lockdowns para conter a doença nos Estados Unidos.
No mesmo ano, ele afirmou que a cloroquina poderia ser útil contra a covid. O medicamento, usado para malária, é comprovadamente ineficaz contra a doença causada pelo coronavírus.