sexta-feira 10 de maio de 2024
Yulia Reznikov
Home / NOTÍCIAS / Startups brasileiras captaram quase R$ 55,6 bilhões em 2021, diz pesquisa inédita
terça-feira 4 de janeiro de 2022 às 10:21h

Startups brasileiras captaram quase R$ 55,6 bilhões em 2021, diz pesquisa inédita

NOTÍCIAS


O valor total dos investimentos captados por startups brasileiras em 2021 é o maior desde 2016, chegando a quase US$ 9,8 bilhões (mais de R$ 55,6 bilhões) até novembro, aponta uma pesquisa que será divulgada hoje pela plataforma de inovação Distrito.

Segundo o levantamento, a soma dos aportes cresceu mais de 200% em relação ao ano passado — os dados consideram as transações realizadas até novembro deste ano. Em 2020, foram US$ 3,6 bilhões, enquanto em 2021 os investimentos chegaram a US$ 9,75 bilhões. Ao todo, foram 771 rodadas de investimentos, contra 611 no ano passado.

“Apesar de todas as dificuldades impostas pela pandemia, 2020 colocou o Brasil no mapa da tecnologia global e 2021 confirmou que essa é a transformação da década para o nosso país. Os dados mostram que viveremos nos próximos 10 anos a maior transferência de valor já vista do mercado tradicional para a nova economia”, diz Gustavo Araujo, CEO e cofundador do Distrito

Perfil dos investimentos

As fintechs concentraram o maior número e valor de aportes: foram 153 investimentos, que juntos somaram mais de US$ 3,5 bilhões. Na sequência estão: retailtechs, focadas em varejo e consumo (69 investimentos e total de US$ 1,03 bilhão); real state, voltadas ao mercado imobiliário (56 aportes, com valor de US$ 1,01 bilhão); edtechs, para educação (50, no total de US$ 553,6 milhões); e o setor de mobilidade (41 e volume conjunto de US$ 390 milhões).

O maior número de investimentos se concentro nas empresas em alto estágio de desenvolvimento. Os destinados para startups menores (aportes dos tipos anjo, pré-seed e seed) aconteceram em menor escala, sobretudo por serem de alto risco,.

Rodadas de Série A em diante, destinadas a empreendimentos mais consolidados, concentram a maior fatia. As rodadas série C são a maioria (somando mais de US$ 1,5 bilhão), seguidos pelas série B (valor acima de US$ 1,4 bilhão).

Há destaque, ainda, para um investimento em Série G. Em junho, o Nubank recebeu um aporte de US$ 1,15 bilhão – esse foi o maior valor do ano e também o recorde de captação por uma empresa privada de tecnologia na América Latina.

Mega rodadas

Valores acima US$ 100 milhões, chamados mega rodadas, também marcaram o ano, segundo a pesquisa. Ao todo, foram 25 em 2021. O do Nubank ocupa a primeira posição, seguido por: US$ 425 milhões captados pela Loft; US$ 400 milhões, pelo Ebanx; US$ 300 milhões, pelo QuintoAndar; e US$ 250 milhões, pela Facily.

“O mercado de startups vem amadurecendo há dez anos. Agora, os fundos entendem que as empresas estão prontas para receber mega rodadas. É esse tipo de aporte que gera os unicórnios brasileiros”, afirma Gustavo Araujo.

Fusões e aquisições

O estudo ainda indica que o número de fusões e aquisições foi o maior desde 2016. Neste ano, o número chegou a 278, quase uma por dia útil no ano. “As empresas entenderam que é impossível manter o ritmo e a velocidade que o mercado espera só criando propriedade intelectual dentro de casa. É preciso buscar fontes externas. Por isso, este foi o grande ano da inovação aberta”, comenta Araujo.

Segundo o levantamento, os maiores compradores de startups em 2021 foram: Magazine Luiza (12), Locaweb (8), Nuvini (6), Afya e Modalmais (5, cada uma). Entre as empresas compradas, as preferidas foram as fintechs.

“Há tendência por uma ‘fintechzação’, porque serviços financeiros são, normalmente, a primeira barreira que qualquer empresa rompe. Entendemos que haverá uma continuidade nessa tendência de compra de fintechs, não só por bancos e por agentes do setor financeiro, mas por vários outros setores”, aponta o CEO da Distrito.

O que esperar de 2022

Para 2022, a expectativa é que o cenário de inovação aberta continue em crescimento e que novas tecnologias conquistem ainda mais espaço. Entre as principais apostas estão as oportunidades que virão do 5G, as energias renováveos e os avanços do metaverso.

“Novos negócios que precisam de alta latência vão passar a ser comercialmente viáveis a partir do 5G. E o metaverso também deve se consolidar como uma grande tendência”, diz Araujo. “Com as nossas vidas cada vez mais digitais, vamos ver novos universos surgindo.”

Veja também

Universidade de NY oferece bolsas em economia climática para jornalistas

Jornalistas de todo o mundo interessados em cobrir mudanças climáticas e economia podem se candidatar para concorrer a uma …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!
Pular para a barra de ferramentas