As chuvas no sul da Bahia deixaram cinco mortos, 3.700 desabrigados e afetaram diretamente a vida de quase 70 mil pessoas, segundo a Defesa Civil do Estado. O número de feridos chega a 175. Em Minas Gerais, que também sofre com as enchentes, duas pessoas morreram na última semana.
As enchentes no sul baiano e no norte de Minas foram provocadas por um ciclone extratropical formado na costa sul do país —as chuvas chegaram a gerar 450 mm de chuvas no extremo sul da Bahia no meio da semana. De acordo com o prefeito de Camacan, Paulo do Gás (Podemos), estas são as piores inundações dos últimos 35 anos.
Ainda segundo a Defesa Civil da Bahia, as chuvas deixaram 3.744 pessoas desabrigadas e outras 6.742 desalojadas —as mais de 10 mil pessoas tiveram de deixar suas casas, mas no caso dos desabrigados os cidadãos necessitam de assistência do governo para ter uma moradia temporária.
Até esta manhã, o governo da Bahia já havia reconhecido situação de emergência por 180 dias em 25 municípios.
Moradores têm narrado e registrado a água destruindo casas, estradas e pontes. Segundo o governo baiano, ao menos três estradas foram interditadas, duas barragens, rompidas e diversas pontes destruídas. Algumas obras de reconstrução já foram iniciadas.
Duas mortes em Minas
Em Minas Gerais, foram registradas ao menos duas mortes em decorrência das chuvas, de acordo com o último boletim da Defesa Civil, divulgado na manhã de hoje.
Os óbitos foram registrados nos municípios de Engenheiro Caldas e Pescador, ao norte do estado, entre os dias 9 e 10 deste mês.
Segundo a Defesa Civil de Minas, desde a última quarta (8), ao menos 28 cidades e mais de 15 mil pessoas foram impactadas pelas chuvas, em maior ou menor intensidade. Entre elas, quase 2.000 ficaram desabrigadas.
Bolsonaro sobrevoou área na Bahia
O presidente Jair Bolsonaro (PL) sobrevoou as áreas atingidas da Bahia de helicóptero na manhã de hoje. Ele estava acompanhado dos ministros Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), João Roma (Cidadania), natural do estado, Marcelo Queiroga (Saúde) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).
Após o sobrevoo, Bolsonaro desembarcou em um campo de futebol e provocou aglomeração. O presidente não usava máscara de proteção individual, medida contra a covid-19 recomendada pelas autoridades sanitárias.