O presidente Jair Bolsonaro conversou com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (9), antes de divulgar uma “Declaração à Nação” em tom de pacificação.
A conversa foi intermediada pelo ex-presidente Michel Temer (MDB), que se reuniu com Bolsonaro nesta quinta, no Palácio do Planalto, e ajudou o atual mandatário a redigir o texto da declaração.
Segundo a coluna de Igor Gadelha, Temer contou que recebeu uma ligação de Bolsonaro na noite dessa quarta-feira (8) o convidando para almoçar hoje no Planalto. O atual presidente mandou um avião da FAB para buscar o ex-presidente em São Paulo.
Temer disse que, ainda na noite de quarta , “falou rapidamente” com Moraes, o principal alvo de Bolsonaro nos discursos durante os atos de 7 de Setembro.
“O ministro Alexandre de Moraes me disse que age nos termos simplesmente jurídicos e nada mais que isso, e que não tem nada pessoal contra o presidente da República”, relatou o ex-presidente à coluna.
Na conversa, Temer também sondou a disposição de Moraes em conversar com Bolsonaro. A conversa, então, ocorreu enquanto o ex-presidente estava reunido com o atual mandatário no Planalto hoje.
Segundo relatos, Moraes teria repetido a Bolsonaro o que disse para Temer na noite anterior: que age apenas nos termos jurídicos e que não tem nada pessoal contra o atual presidente e seus apoiadores.
Decisões judicias
À coluna, Temer contou ainda coluna que, no almoço com Bolsonaro, ponderou que era preciso “pacificar o país” e respeitar as decisões judiciais, as quais o atual mandatário ameaçou descumprir.
“Disse a ele que é preciso cumprir medidas judiciais, que medidas judiciais são combatidas por meio de outras medidas judiciais”, declarou o ex-presidente, que retornou a São Paulo logo após deixar o Planalto.