O presidente Jair Bolsonaro desembarca nesta sexta-feira (3) na Bahia para assinar o contrato da Ferrovia Oeste Leste (Fiol) com a Bamin para conclusão e operação do primeiro trecho, de Ilhéus a Caetité (537 km). O geólogo João Carlos de Castro Cavalcanti, o “JC”, como é conhecido, é considerado o pai da Fiol, conforme a coluna de Levi Vasconcelos, em sua coluna no A Tarde.
Foi Cavalcanti quem descobriu a mina de ferro em Caetité e fundou a Bamin (Bahia Mineração), agora sob controle de um grupo do Cazaquistão, que vai explorar a jazida para desaguar no Porto Sul, em Ilhéus.
– Viu? Só existe por causa de mim, que descobri o minério de ferro lá.
A Fiol tem 1.527 km de Ilhéus a Figueirópolis, no Tocantins. Bolsonaro assina logo mais e ficam faltando Caetité-Barreiras (485 km) e Barreiras-Figueirópolis, que o governo promete licitar no mais tardar ano que vem.
Descobertas
A Fiol tem a pretensão de desaguar no Porto Sul cerca de 60 milhões de toneladas por ano. Cavalcanti garante que as expectativas são ótimas. Cavalcanti, que é proprietário da Cia. Vale do Paramirim, diz que sua empresa já descobriu na área reservas de cobre, com 100 milhões de toneladas, zinco (50 milhões), lítio (um milhão) e grafeno (um milhão).
– Do ponto de vista mineral, a região é muito rica. Rica e inexplorada. Lá começa de fato um tempo novo para a Bahia.
João Cavalcanti revela um detalhe curioso: o perigo que pode ameaçar a viabilização da Fiol são os minerodutos, ou a construção de dutos que transportam o minério, com água, do local da extração até o porto.
– Há um grupo asiático interessado em construir.
Cavalcanti diz que o transporte em carreta é caríssimo, pela ferrovia a empresa compra o vagão e paga o ‘direito de passagem’, mas o mineroduto seria bem mais barato.