Aliados do ex-prefeito soteropolitano ACM Neto (DEM) dizem conforme publicou o jornal Tribuna da Bahia que há a possibilidade de democrata ter um “palanque aberto” para a Presidência em 2022, isto é, permitir que os correligionários apoiem o nome que quiserem para o Palácio do Planalto. O grupo liderado por Neto no estado hoje se divide entre três pré-candidatos: Ciro Gomes (PDT), Eduardo Leite (PSDB) e Jair Bolsonaro.
Na noite da última sexta-feira, Leite desembarcou em Salvador e se encontrou com Neto em um jantar no apartamento do prefeito de Mata de São João, João Gualberto (PSDB), no Corredor da Vitória. O encontro, segundo disseram tucanos à Tribuna, serviu para “aproximar” o ex-prefeito do governador do Rio Grande do Sul, que os baianos do PSDB desejam que seja o candidato do partido à Presidência. O encontro reuniu 15 lideranças políticas. Além de Leite, Gualberto e Neto, estiveram presentes os tucanos Jutahy Júnior, Adolfo Viana, Cris Correia, Tiago Correia, João Almeida, Ricardo Castro; os democratas Bruno Reis, Sandro Régis, Paulo Azi, Elmar Nascimento; o emedebista Geraldo Júnior e a pedetista Ana Paula Matos.
Em conversas reservadas, tucanos avaliaram que Leite é o melhor nome para Neto apoiar. Na avaliação deles, o gaúcho “não tem carga negativa”, e “representa o futuro do Brasil” como o democrata soteropolitano “representa o futuro da Bahia”. Os tucanos admitem, entretanto, que é possível o ex-prefeito ter um “palanque aberto”. Possibilidade que também é reconhecida pelo presidente do PDT na Bahia, Félix Mendonça Júnior, que quer o apoio de Neto ao ex-ministro Ciro Gomes (PDT). “Eu acho que é uma possibilidade. Não seria um palanque aberto, mas sim um palanque múltiplo”, afirmou o pedetista baiano.
No grupo político, o secretário de Saúde de Salvador, Leo Prates, é outro que defende o apoio do ex-prefeito a Ciro. O vereador de Salvador e pré-candidato a deputado estadual Cláudio Tinoco (DEM) também sinalizou nesta direção. No entanto, há uma enorme resistência ao ex-ministro. No bastidor, um deputado estadual disse que “seria foda” trabalhar para eleição de Ciro Gomes. Um parlamentar tucano chegou a desdenhar da hipótese de uma dobradinha Neto-Ciro.
Na base democrata, de acordo com o jornal, ainda há nomes ligados ao presidente Bolsonaro, como o ex-deputado federal José Carlos Aleluia e o vereador Alexandre Aleluia. Estes, no entanto, têm indicado apoio à possível candidatura do ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos), ao governo da Bahia. Roma não confirma que será de fato postulante ao Palácio de Ondina, e há quem aposte que pode disputar o Senado na chapa de ACM Neto. Neste cenário, o ministro faria campanha para Bolsonaro.
Segundo disseram interlocutores do ex-prefeito a reportagem, Neto tem dito que apoiaria “qualquer” nome que “ganhe musculatura e tenha condições de agregar uma boa quantidade de partidos”, com exceção de Lula (PT), Jair Bolsonaro, e o governador de São Paulo, João Dória (PSDB). Sem um nome de consenso do centro político, Neto tem afirmado que, por enquanto, vai trabalhar o nome do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), para competir pelo Palácio do Planalto.