Presidente da Associação das Prostitutas disse que não há condição de voltar ao trabalho
A presidente da Associação das Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig) disse nesta quinta-feira (1º) que as profissionais do sexo decidiram suspender o atendimento e pedem ao governo prioridade na vacinação contra a COVID-19.
A rigor, as prostitutas estariam impedidas de trabalhar por causa das medidas da onda roxa contra pandemia do coronavírus, mas não é o que se viu nesta tarde na região da Rua Guaicurus, em Belo Horizonte. A reportagem do jornal Estado de Minas flagrou vários estabelecimentos funcionando normalmente.
De acordo com a presidente da (Aprosmig), Cida Vieira, além de serem alvo de preconceito, essas mulheres acabaram sendo as mais prejudicadas durante a pandemia.
“Muitas de nós tivemos nossa moradia tirada. Estamos à frente dessa pandemia. Somos vulneráveis. Precisamos ser vistas como prioridade porque estamos impedidas de trabalhar”, afirma. “Muitas não tem mais o que comer. Somos mais de 3.000, isso só na Guaicurus. Perdemos pessoas”, informa.
De acordo com Cida, mesmo tomando todos os cuidados contra COVID-19, com uso de álcool em gel e máscara, não há condição do trabalho voltar. Isso porque a profissão conta com o toque com o cliente. Além disso, a presidente garantiu que não há previsão de retorno.
“O movimento de prostitutas entende que somos prioridade por estarmos na rua todos os dias. Sofremos muito preconceito. A sociedade que nos julga é a mesma sociedade que prestamos serviço”, disse.
A prefeitura de Belo Horizonte tem atuado no enfrentamento da insegurança alimentar de diversos públicos em situação de risco. Segundo Cida, as prostitutas foram incluídas nesse projeto.
Em parceria com o Clã das Lobas, a Aprosmig abriu uma casa de apoio para mulheres que precisarem de ajuda. A associação pede doações de cestas básicas.