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quinta-feira 11 de março de 2021 às 07:48h

Estudo aponta paciente infectado com 2 variantes da Covid-19 ao mesmo tempo

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Em todo o mundo, as variantes do coronavírus são uma questão central neste ponto da pandemia. As mudanças pelas quais Covid-19 está passando, como todos os vírus em sua evolução, mas que em alguns casos podem ter um potencial que implica prestar mais atenção a eles.

Cientistas de todo o mundo estão monitorando o SARS-CoV-2 para checar essas variantes, e um estudo recente no Brasil atingiu uma descoberta incomum até agora: pacientes que foram infectados com duas variantes diferentes ao mesmo tempo.

De acordo com os primeiros estudos, a variante da África do Sul poderia reduzir a eficácia de algumas vacinas e a de Manaus seria mais contagiosa, como a britânica. Agora, uma pesquisa de cientistas brasileiros a ser publicada na edição de abril da revista Virus Research, registrou dois casos de pacientes em que havia uma coinfecção com duas variantes diferentes .

O trabalho, assinado por uma equipe do Laboratório Nacional de Computação Científica e da Universidade Feevale do Rio Grande do Sul, confirma a infecção simultânea de dois pacientes de duas linhagens diferentes.

Os casos ocorreram em duas mulheres, uma de 32 e outra de 33 anos, que se recuperaram sem maiores complicações ou necessidade de internação. Mas além de alertar sobre a possibilidade de coinfecções com duas variantes distintas, a investigação alerta sobre a expansão no território brasileiro da variante carioca – o que indica que as medidas de controle não estão sendo suficientes – e também sobre o surgimento de uma nova variante , identificada como VUI-NP13L, no estado do Rio Grande do Sul.

No entanto, para o especialista argentino Javier Farina, essa descoberta não implica diretamente em maiores riscos potenciais. O infectologista, membro da Sociedade Argentina de Infectologia (SADI), esclareceu que uma pessoa infectada com as duas linhagens não pode infectar uma terceira pessoa que combine as duas.

Para Farina, esse achado também não impacta a gravidade, pois o quadro não deve ser mais grave do que com as duas variantes isoladamente, além da contagiosidade.

Segundo o especialista, as coinfecções não são algo ‘hiper frequente’, mas são possíveis e sempre foram identificadas, por exemplo, com dois vírus ou um vírus e uma bactéria. Nesse caso, eles são duas variantes diferentes do Covid.

Nesses casos, explicou, isso ocorre porque embora os vírus não sejam completamente diferentes, existe a possibilidade de que as defesas geradas pela primeira variante não ofereçam proteção total contra a segunda.

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