Após quatro anos tumultuados, Donald Trump, deixou a Casa Branca pela última vez como presidente nesta quarta-feira, menos de quatro horas antes da posse de Joe Biden. Isolado e tóxico desde que insuflou seus apoiadores a invadir o Capitólio para tentar reverter a vitória de Biden, o republicano sai do governo com a menor popularidade de seu mandato e prestes a enfrentar um novo julgamento de impeachment no Senado.
Trump será o primeiro líder americano em 152 anos a optar por não comparecer à posse do seu sucessor, preferindo deixar a capital a reconhecer sua derrota. O último foi Andrew Johnson, em 1869. Assim como o atual presidente, Johnson foi um dos poucos ocupantes do Salão Oval a sofrer um processo de impeachment.
O republicano seguiu de helicóptero para a Base Aérea Andrews, onde fará seu último discurso na capital antes de embarcar para Mar-a-Lago, na Flórida. Ao desembarcar, foi recepcionado por uma salva de tiros de canhão e pela tradicional “Hail to the Chief”, marcha símbolo do chefe de governo dos Estados Unidos.
No domingo, o ex-secretário de Imprensa de Trump, Anthony Scaramucci, hoje um crítico do presidente, revelou ter sido chamado para a cerimônia. Ele disse que não estará entre os presentes, e levantou a hipótese de que a Casa Branca está desesperada em busca de público para o evento, que ocorrerá quatro horas antes da posse de Biden.
O Wall Street Journal noticiou ainda que o convite permite até cinco convidados adicionais, algo incomum em atos oficiais. Seu vice, Mike Pence, que irá à posse de Biden, não comparecerá à despedida. Ele, que rompeu com Trump após não ceder às pressões presidenciais para barrar a certificação da vitória democrata, sequer esteve na Casa Branca para se despedir.
Outras ausências sentidas são as dos líderes republicanos da Câmara, Kevin McCarthy, e do Senado, Mitch McConnell, que irão a uma missa na Catedral de São Mateus em homenagem ao novo presidente. A celebração coincidirá com o discurso derradeiro de Trump.