Apesar da conjuntura de isolamento social, imposta pela Covid-19, a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) manteve os trabalhos para finalizar as auditorias nas propriedades rurais visando a certificação do programa ABR – Algodão Brasileiro Responsável – que atesta sustentabilidade do algodão da Bahia.
Na safra 2019/2020, que está em plena fase da colheita, foram certificadas 81 propriedades, que abrangem uma área total de 245.219 mil hectares de produção de algodão, representando 78,20% do total plantado no Estado, que vem cumprindo os rigorosos protocolos que levam em consideração o respeito às legislações ambientais, sociais como trabalhista, saúde e segurança dos empregados além da adoção de critérios de responsabilidade social e sustentabilidade dentro e fora das propriedades.
O programa ABR é desenvolvido nacionalmente pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que atua em benchmarking com a entidade suíça Better Cotton Initiative (BCI). A coordenadora do programa de sustentabilidade ABR/Abapa, Bárbara Bonfim, explica que esta última fase se seguiu, sem prejuízo, de forma remota, por meio de informações prestadas pelas fazendas para avaliação dos auditores externos. “Os produtores baianos comprovaram, mais uma vez, o cumprimento na adoção de critérios de sustentabilidade, por meio de preenchimento de um relatório em uma plataforma online, o cumprimento de um total de 220 itens com parâmetros que seguem os parâmetros internacionais, e que vão desde normas de saúde e segurança dos trabalhadores até a infraestrutura e projetos de integração com a comunidade inserida’, afirma.
A primeira etapa do trabalho começou no início deste ano com as vistorias técnicas, realizadas “in loco”, com o checklist da certificação como forma de preparação das fazendas para auditoria externa no novo ciclo da safra 2019/2020. O presidente da Abapa, Júlio Cézar Busato, parabeniza todos os técnicos pela manutenção do programa ABR/Abrapa durante este período da pandemia, ao criarem uma alternativa viável sem prejuízos à certificação das propriedades de algodão de todo o Brasil. Segundo ele, este é um programa fundamental para a imagem da fibra brasileira que vem conquistando o reconhecimento na qualidade e na sustentabilidade pelo mercado consumidor.
“A manutenção da certificação nos mantém competitivos no mercado externo no momento em que precisamos ocupar espaço por um melhor preço, demonstrando que estamos no mesmo patamar de excelência dos nossos principais concorrentes, a Austrália e os Estados Unidos”, afirma Busato. Desde quando foi iniciado o programa ABR na Bahia, em 2011, a área classificada como sustentável saiu de 21,1% para 78,2% desta safra 2019/2020. Segundo maior polo de algodão do Brasil, a Bahia comercializa 60% da fibra para o mercado interno e 40% para o externo, principalmente para países asiáticos como China, Bangladesh, Turquia e Vietnã.