As conversas sobre um possível impeachment de Jair Bolsonaro que começaram a vir à tona nas últimas semanas parecem estar surtindo efeito e, nesta terça-feira (17), foi apresentado na Câmara dos Deputados o primeiro pedido de impedimento do presidente.
A peça, segundo a revista Fórum, foi elaborada pelo deputado distrital Leandro Grass (Rede-DF), foi protocolada na secretaria geral da Mesa Diretora e elenca uma série de crimes de responsabilidade que teriam sido cometidos por Bolsonaro.
Entre eles, estão o fato de Bolsonaro ter dito, sem apresentar provas, que as eleições de 2018 foram fraudadas; convocar e apoiar os protestos de 15 de março, em afronta à Constituição, por pedirem o fechamento do Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), além de ter desrespeirado às recomendações de evitar aglomerações, já que é suspeito de ter sido infectado pelo coronavírus; fazer constantes ataques à imprensa, como naquele observado com o insulto à repórter Patrícia Campos Mello; entre outros.
No pedido, o deputado, além dos supostos crimes de responsabilidade, aponta uma série de outras condutas de Bolsonaro que representariam “atrocidades”.
“Descabe ao Presidente refutar decisões judiciais sobre pleito que, pasme-se, ele foi eleito. Não é possível que o Presidente aja sem qualquer decoro, publicando material pornográfico em redes sociais, ofendendo jornalistas todos os dias e, ao fim e ao cabo, incentivando a comemoração do Golpe Militar de 1964”, diz um trecho do texto.
Cabe agora ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acatar ou não o pedido.
Frota
O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP), que é ex-aliado de Bolsonaro, também entrará com um pedido de impeachment contra o presidente.
A peça seria apresentada nesta terça-feira (17), mas o parlamentar resolveu adiar a apresentação por causa da mudança de rotina na Câmara diante da pandemia do coronavírus.
Em seu pedido, Frota também deve ressaltar o incentivo de Bolsonaro às manifestações contra as instituições e a negligência do presidente com relação à crise do coronavírus.