Segundo dados da Associação dos Lojistas da Baixa dos Sapateiros e Barroquinha (Albasa), das 360 lojas locais, aproximadamente 40% fecharam as portas devido a pandemia do coronavirus e as medidas restritivas do governo. Para o vice-presidente da Albasa, Rui Barbosa, em entrevista ao jornal Correio, o principal problema começou em 2014, com a reestruturação das linhas de ônibus na cidade.
“A Lapa ficou hoje com 107 linhas, além do metrô, e nós ficamos só com 10. É uma deslealdade com a Baixa dos Sapateiros. Aí o cliente não chega”, pontua. A reclamação é comum entre os lojistas, que dizem precisar pegar dois ônibus e o metrô para chegar ao trabalho e, por vezes, ainda caminhar cerca de 1km.
O vice-presidente explica que a pandemia veio para piorar ainda mais o cenário e que, apesar de mais de um ano depois, as coisas ainda não voltaram ao normal. “É como se a gente tivesse saído da UTI para a enfermaria. Tem muita gente com dívidas, devendo impostos. Tem FGTS, INSS, IPTU, ICMS. As contas continuam chegando e não temos nenhum auxílio. É, no máximo, a possibilidade de jogar o problema para frente. Só Deus mesmo na vida do comerciante para suportar uma situação dessas”, ressalta Barbosa.
Sobre o problema trazido pela Albasa e pelos comerciantes a respeito da insuficiência do transporte público para a Baixa dos Sapateiros, a Secretaria de Mobilidade de Salvador (Semob) disse, em nota, que algumas linhas foram substituídas, mas o serviço não deixou de ser oferecido à população.
Segundo a secretaria, no novo Terminal da Barroquinha, entregue recentemente totalmente requalificado, os usuários contam com 10 linhas e cerca de 50 ônibus por hora, favorecendo bairros como Paripe, Pirajá, Acesso Norte, Pau da Lima, São Marcos, Vale das Pedrinhas, Fazenda Grande, Parque São Cristóvão, entre outros. Além do atendimento de linhas que passam pela Baixa dos Sapateiros, Terminal de Aquidabã, e Campo da Pólvora.
Outro fator que contribuiu para o fechamento foram os assaltos constantes na porta da loja. Segundo os comerciantes, a concentração desse tipo de crime fica nas proximidades do Pelourinho.