O fundador da Amazon.com, Jeff Bezos, perguntou em sua conta no Twitter se a compra da rede social por Elon Musk dará à China “um pouco de influência sobre a praça da cidade”.
O Twitter está bloqueado na China, onde Musk, a pessoa mais rica do mundo, tem interesses comerciais importantes.
Musk, que se autodenomina “absolutista da liberdade de expressão” e tem criticado a política de moderação de conteúdo do Twitter, chegou a um acordo na segunda-feira para comprar a empresa por 44 bilhões de dólares.
Ativistas políticos avaliam que o negócio significará menos moderação no Twitter e a reintegração de indivíduos banidos, incluindo o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.
Também há dúvidas sobre o que o acordo significará para a política de conteúdo do Twitter na China, já que a fabricante de veículos elétricos Tesla, de Musk, depende muito do país asiático para produção e vendas.
“O governo chinês acabou de ganhar um pouco de influência sobre a praça da cidade?”, escreveu Bezos no Twitter na noite de segunda-feira.
“Minha própria resposta a essa pergunta é provavelmente não. O resultado mais provável a esse respeito é a complexidade na China para a Tesla, em vez de censura no Twitter”, escreveu Bezos mais tarde.
Musk disse em um tuíte na segunda-feira: “Espero que até meus piores críticos permaneçam no Twitter, porque é isso que significa liberdade de expressão.”
Em comunicado após o anúncio de compra do Twitter, Musk disse que “a liberdade de expressão é a base de uma democracia em funcionamento e que a rede social é a praça da cidade digital onde são debatidos assuntos vitais para o futuro da humanidade”.
O Ministério das Relações Exteriores da China disse nesta terça-feira que não havia base para especulações de que Pequim poderia tentar usar a influência sobre a Tesla para influenciar o conteúdo no Twitter.
Um porta-voz da Tesla disse que a empresa não vai comentar o assunto. O Twitter não se manifestou.