sábado 27 de abril de 2024
Foto: Camila Souza/GOVBA
Home / NOTÍCIAS / “2021 será pior que 2020”, diz prefeito petista sobre nova cepa da Covid-19
terça-feira 16 de fevereiro de 2021 às 07:20h

“2021 será pior que 2020”, diz prefeito petista sobre nova cepa da Covid-19

NOTÍCIAS


O prefeito da Araraquara, Edinho Silva (PT), prevê que “2021 será muito pior em relação à pandemia do que 2020”. A cidade do interior de São Paulo é a que registra hoje, conforme a coluna de Bela Megale no O Globo, o maior número de casos no Estado da variante da Covid-19 encontrada no Amazonas. Em entrevista à coluna, o prefeito destacou um cenário alarmante, com 100% dos leitos hospitalares ocupados e recorde de mortes em fevereiro. Neste mês, 32 pessoas já foram vítimas da Covid-19. Em janeiro, o número foi de 24. Diante desse quadro, a cidade entrou em lockdown a partir de hoje, pelos próximos 15 dias.

Qual o quadro de gravidade que a cidade enfrenta com a nova cepa?
Com a velocidade de contaminação e agressividade dessa nova cepa, o ano de 2021 será pior que 2020 em relação à pandemia. Os problemas também serão enormes em relação ao gasto com a saúde pública. É o que tudo está mostrando. Olha a velocidade que a nova cepa tem avançado no país. O governo federal não renovou o decreto de calamidade pública. Da mesma forma que estão debatendo o auxílio emergencial, deveriam fazer a discussão de recursos para o enfrentamento da doença.

Qual a expectativa de gastos do município com a pandemia?
Estou prevendo R$ 40 milhões de déficit orçamentário em quatro meses, só com os gastos para combate à Covid-19. Ou o governo federal renova o decreto de calamidade pública, permitindo que os municípios contabilizem os gastos com a doença fora do orçamento, ou nenhum município terá mais orçamento no meio do ano. Em 2020, toda despesa com a pandemia foi contabilizada fora do orçamento e os municípios receberam dinheiro para custeio. Neste ano, o governo federal não renovou o decreto de calamidade pública. Com isso, tenho que buscar dentro do meu orçamento dotação para custear o enfrentamento à doença, o que não dá. A doença acontece no município. O governo federal se dá ao direito de não destinar dinheiro para o enfrentamento da Covid-19. O governo estadual pode até se dar a esse direito, mas no município, não tem como.

Diante desse quadro, o senhor solicitou ao governo que acelerasse a vacinação?
Tem que acelerar o processo de vacinação, mas neste momento, na cidade, precisamos diminuir a curva de contaminação. Estou lidando com a pandemia desde o ano passado, a diferença de contaminação dessa cepa é muito mais agressiva, e ela evolui em pacientes jovens, o que era mais raro. Agora tem gente jovem internada, entubada e evoluindo para óbito.

Araraquara atingiu o recorde de mortes com a nova cepa?
Sim. A cidade está com 148 óbitos. Tivemos 24 óbitos em janeiro e 32 já em fevereiro, e ainda estamos na metade do mês. É o recorde da pandemia, com pacientes jovens evoluindo em quadro crítico. Dá pra entender um pouco o que aconteceu em Manaus, a velocidade da contaminação e a agressividade da doença. Só temos um caminho, o de aumentar medidas de distanciamento social. Por isso, endurecemos as medidas de isolamento pelas próximas duas semanas.

Há algum motivo que justifique essa nova cepa ter sido encontrada na cidade?
A nova cepa, da mesma forma que está em Araraquara, está em outras regiões do Estado. Já tem gente em Jaú e na capital de São Paulo com contaminação comunitária. O prenúncio para o estado não é bom. Como São Paulo recebe gente do Brasil inteiro, penso que tem que endurecer as medidas de isolamento social. Isso é essencial para que o sistema hospitalar não entre em colapso.

Mas existe explicação para grande parte da contaminados com essa nova cepa estar na cidade?
Estamos falando de Araraquara, porque a cidade desconfiou das contaminações e pediu para a Universidade de São Paul (USP) fazer o sequenciamento do vírus. Foi aí que se encontrou a nova cepa. Se isso for feito na maioria das regiões do Estado, elas também vão encontrar essa nova cepa, porque não existe uma explicação para essa mutação estar só aqui. Ontem, dos 23 casos positivos enviados para a USP, 12 eram cepas de Manaus. Ela está circulando e aumentando o ritmo de contaminação.

Hoje qual a ocupação dos leitos na cidade?
É de 100%. Só não estamos em colapso, porque não fechamos o hospital de campanha e abrimos outra unidade só para internar pacientes de coronavírus. Isso foi o que nos deu uma margem maior de leitos. Senão, a gente já estaria em colapso.

Veja também

África do Sul: 30 anos de democracia sob signo da divisão

Três décadas após o fim do apartheid, país tem uma sociedade democrática, mas profundamente dividida. …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!
Pular para a barra de ferramentas