Um dia antes de tomar posse como deputada na Casa dos Representantes dos Estados Unidos, no último dia 3 de janeiro, ainda não havia caído a ficha da democrata Deb Haaland sobre ser uma das primeiras duas americanas de origem indígena eleitas para o Congresso.
Antes de ser empossada, Deb teve uma pequena reunião com sua equipe em seu novo escritório enquanto seus funcionários tentavam fazer funcionar telefones e resolviam problemas logísticos.
Eleita pela primeira vez no pleito legislativo de 2018, Deb Haaland representa o 1º Distrito Congressional do Novo México e faz parte da tribo indígena Laguna Pueblo: “O Congresso nunca teve uma voz como a minha”, afirmou à Reuters.
“Como uma das primeiras indígenas no Congresso, sei que haverá uma expectativa por parte das tribos no país para que eu seja alguém que leva a pauta desses povos à frente”, disse a nova deputada. “Estou otimista de que vou conseguir.”
Para Deb Haaland, há uma “epidemia” de mulheres indígenas desaparecidas e assassinadas nos Estados Unidos. Sua intenção é que o Congresso realize mais audiências sobre o assunto e garanta que os sistemas de justiça tribais tenham os recursos necessários para conduzir as investigações.
No topo de sua lista também está o combate à mudança climática, que ameaça as propriedades indígenas mais frágeis. “Se você não está morrendo de medo do aquecimento climático neste momento, você não lê as notícias”, declarou Deb.
Uma curiosidade é que quando Deb Haaland nasceu, em 1960, os indígenas sequer tinham direito de votar no Novo México — ainda que já dispusessem da cidadania americana garantida pelo governo federal em 1924. Eles só puderam participar das votações em 1962 — o Novo México foi o último estado a assegurá-los deste direito no país.