sábado 28 de setembro de 2024
Guilherme Campos, ex-presidente dos Correios e um dos fundadores do PSD, é o nome indicado pela sigla para o cargo de Secretáriode Política Agrícola - Foto: Reprodução/PSD
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terça-feira 25 de junho de 2024 às 07:06h

PSD indica nome para Secretaria de Política Agrícola; Padilha diz que decisão final é da Agricultura

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A Secretaria de Relações Institucionais (SRI) encaminhou a indicação do ex-deputado federal e ex-presidente dos Correios, Guilherme Campos, para o cargo de Secretário de Política Agrícola no Ministério da Agricultura, em substituição a Neri Geller, recentemente exonerado.

Atualmente, Campos atua como Superintendente do Ministério da Agricultura e Pecuária em São Paulo. A indicação foi comunicada, nesta última segunda-feira (24), pelo ministro Alexandre Padilha. Ele destacou que a indicação partiu do PSD e que a decisão final será tomada pelo Ministério da Agricultura.

“O único nome que recebemos como sugestão para compor o Ministério da Agricultura é o atual superintendente da Agricultura do Estado de São Paulo, o ex-deputado Guilherme Campos. Encaminhamos diretamente para o Ministério da Agricultura há cerca de uma semana e meia, duas semanas”.

“Da nossa parte, já foi encaminhado diretamente para o Ministério da Agricultura. Não temos nenhuma objeção a esse nome, pelo contrário, é um pedido da bancada do PSD e é uma pessoa qualificada”, informou o ministro das Relações Institucionais.

De acordo com Padilha, Campos possui a experiência necessária por já ser “o superintendente do Estado de São Paulo” e por ter “experiência na Agricultura”.

“Consideramos um nome muito positivo para ocupar esse espaço no Ministério da Agricultura. Também ouvi do ministro (Carlos) Fávaro algo muito positivo. Ele considera que Guilherme Campos está fazendo um trabalho positivo na Superintendência do Estado de São Paulo, tem as fichas técnicas e políticas para o cargo. Agora é a tramitação técnica e administrativa”, informou.

Há cerca de 15 dias, após cancelar o leilão de importação de arroz, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou a demissão do secretário de Política Agrícola, Neri Geller. O leilão foi cancelado após questionamentos públicos sobre a capacidade, qualificação e conduta das empresas vencedoras do pregão.

Uma reportagem do programa Globo Rural, da TV Globo, revelou que a Bolsa de Mercadorias de Mato Grosso (BMT) e a Foco Corretora de Grãos, criadas no ano passado por Robson Luiz de Almeida França, ex-assessor do então deputado federal Neri Geller, intermediaram a venda de 44% do arroz importado vendido no leilão da Conab.

Neri Geller foi responsabilizado pelos problemas do leilão porque o diretor de Abastecimento da Conab, Thiago dos Santos, responsável pelo certame, era sua indicação direta. Geller foi candidato ao Senado em 2022, mas teve sua candidatura barrada pela Justiça Eleitoral após ser cassado por suposto abuso de poder econômico.

Entenda

O presidente da Conab, Edegar Pretto, anunciou o cancelamento do leilão de importação de arroz durante uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto, ao lado dos ministros Carlos Fávaro e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar).

Entre as vencedoras da licitação estavam uma fabricante de sorvetes, uma mercearia especializada em queijo e uma locadora de veículos. Das quatro empresas vencedoras, apenas a Zafira Trading atua no setor, operando no comércio exterior desde 2010.

Pretto destacou que a realização do certame era um processo “muito complexo” e que a identificação das empresas vencedoras só era possível após a conclusão do leilão em bolsas de mercadorias credenciadas.

O presidente da Conab também mencionou que, para a realização de uma nova compra pública, seriam estabelecidos novos mecanismos com o apoio da Advocacia Geral da União (AGU) e da Controladoria Geral da União (CGU).

Em 6 de junho, a Conab havia realizado o leilão para a compra de arroz importado e beneficiado. Segundo o governo federal, a medida visava garantir o abastecimento e equilibrar o preço justo no mercado interno, em resposta à tragédia climática no Rio Grande do Sul, o maior produtor de arroz do país.

O arroz seria distribuído em regiões metropolitanas de 21 Estados e do Distrito Federal, com um preço tabelado de R$ 20 por pacote de 5kg, e embalagens com o logotipo do governo federal.

Reação da bancada do agro

Em meio a polêmica, a bancada do agronegócio no Congresso Nacional pressionou pela saída de Edegar Pretto da presidência da Conab.

Deputados, sob condição de anonimato, informaram à reportagem do jornal O Tempo em Brasília que o ministro Carlos Fávaro foi alertado de que os parlamentares apoiariam a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Arroz caso não houvesse mudanças no comando da empresa pública.

A relação entre o setor do agronegócio e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficou mais tensa após a decisão do Palácio do Planalto de prosseguir com o leilão para a compra de uma tonelada de arroz.

Na época, a entidade representativa dos produtores de arroz no Sul do país informou que as safras já haviam sido colhidas antes das enchentes e que o escoamento do arroz não seria mais um problema, pois as principais rodovias do Rio Grande do Sul estavam liberadas.

Durante um almoço da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) com a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), em 11 de junho, os parlamentares comemoraram ruidosamente ao saberem do cancelamento do leilão pelo governo.

Quem é Guilherme Campos

Guilherme Campos Júnior é um político e empresário, conhecido como ex-presidente dos Correios e por ser um dos fundadores do Partido Social Democrático (PSD). Nascido em Campinas, São Paulo, Campos tem uma trajetória que abrange tanto o setor privado quanto o serviço público.

Formado em Administração de Empresas pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), ele acumulou experiência em gestão e administração ao trabalhar em empresas de diversos setores antes de ingressar na vida pública.

Sua carreira política teve início no cenário local de Campinas, onde exerceu mandatos como vereador. Posteriormente, Campos foi eleito deputado federal por São Paulo, representando o PSD, e atuou na Câmara dos Deputados entre 2007 e 2015.

Em 2016, foi nomeado presidente dos Correios. Seu mandato durou até 2018. Em 2023, foi nomeado Superintendente do Ministério da Agricultura e Pecuária em São Paulo.

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