A nova rodada de pesquisas do instituto DATATEMPO mostra que o governador Romeu Zema (Novo) ultrapassou numericamente Alexandre Kalil (PSD) na região metropolitana de Belo Horizonte, única área do Estado em que o ex-prefeito aparecia na frente do candidato do Novo e que responde por 31,5% do total de eleitores de Minas. No quadro geral, com todo o Estado, Zema segue na frente e, quando levados em conta apenas os votos válidos, vence no primeiro turno.
O governador cresceu 5,4 pontos percentuais (p.p.) na comparação entre a pesquisa de julho e a de agosto na Grande BH e chegou a 38,3% das intenções de voto na região. Já o ex-prefeito da capital caiu de 41% para 37,9% em agosto – redução de 3,1 p.p. A margem de erro é de 2,19 p.p. para mais ou para menos.
“A melhora na avaliação da administração de Zema constatada em julho pode ter impactado eleitores com preferência menos consolidada por outros candidatos. Outra variável é a percepção do eleitorado sobre a consolidação do governador em todo o Estado, gerando um movimento de voto útil entre aqueles que não têm preferência inicial clara”, explica Bruna Assis, analista do DATATEMPO.
Minas
Zema segue batendo o rival nas demais regiões. As maiores margens são no Noroeste (61,5% a 7,7%) e no Sul/Sudoeste (61% a 5,9%). No cenário geral, o resultado segue estável, tendo Zema à frente, com 46,2%, e Kalil em segundo, com 21,6% – os dois oscilaram negativamente, mas na margem de erro. Vale ressaltar que as pesquisas de julho e de agosto não podem ser diretamente comparadas porque a lista de candidatos apresentada aos entrevistados é diferente.
Zema ainda vence no 1° turno quando excluídos brancos, nulos e quem não respondeu, com 61,4% dos votos válidos contra 28,6% de Kalil. Os demais candidatos estão empatados tecnicamente dentro da margem de erro em terceiro lugar. Carlos Viana (PL) tem 3,4%, Marcus Pestana (PSDB) e Vanessa Portugal (PSTU) têm 1,2%; Renata Regina (PCB), Paulo Tristão (PMB), Lorene Figueiredo (PSOL), Lourdes Francisco (PCO) e Indira Xavier (UP) pontuaram abaixo de 1%. Os que não souberam ou não responderam são 14,2%, enquanto 10,4% votarão em branco, nulo ou em ninguém.
Assim como a estimulada, a espontânea (quando os entrevistados não recebem lista com os candidatos), útil para medir a consolidação dos votos, segue estável. Zema foi citado por 25,5% dos entrevistados, Kalil por 11,3%, e os demais, somados, por 1,8%. Não souberam ou não responderam 52,7%, o que indica que há espaço para os candidatos consolidarem os votos que já têm ou conquistarem votos dos adversários.
Zema também sai vencedor nos cenários de 2° turno contra Kalil – por 54,8% a 29% – e contra Viana, por 61,6% a 15,2%. Em um eventual 2° turno entre Kalil e Viana, o ex-prefeito soma 40,1%, e o senador, 20,8%.
Grande BH
Zema cresceu na região metropolitana mesmo sem ter como vice Eduardo Costa (Cidadania). O Novo considerava que Costa, muito conhecido em BH e no entorno, poderia ajudar Zema no principal reduto de Kalil. Porém, o PSDB, federado ao Cidadania, vetou a indicação de Eduardo Costa.
O avanço de Zema atrapalha a estratégia de Kalil, que contava com a vantagem como alicerce de sua campanha.
A pesquisa DATATEMPO foi contratada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Os dados foram coletados de 11 a 16 de agosto de 2022, com 2.000 entrevistas domiciliares em todas as regiões do Estado. A margem de erro é de 2,19 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%. Foi registrada no TSE sob o protocolo BR-03361/2022, e no TRE-MG, MG-01547/2022.