A Voepass cancelou os voos da rota Fortaleza-Fernando de Noronha-Recife até o dia 31 de agosto alegando um contingenciamento em suas operações após o acidente que vitimou 62 pessoas em Vinhedo (SP), na sexta-feira, 9.
Em fevereiro deste ano, um funcionário da companhia aérea relatou para seus superiores que um ATR-42 com capacidade para 48 pessoas, responsável pela rota Fortaleza-Fernando de Noronha-Natal, apresentou problemas de manutenção, incluindo um rasgo no sistema de proteção contra congelamento. As informações são do “Globo”.
De acordo com o relato do funcionário, havia um rasgo no sistema de proteção contra congelamento na asa da aeronave, afirmando que, durante voo, o avião precisou desviar de áreas com formação de gelo. Imagens da estrutura do ATR-42 mostravam a borracha que se infla para expelir os cristais com dois rasgos, portanto, inoperante.
Ainda, o funcionário ressaltou que uma bola de seis centímetros de espessura no pneu do ATR-42 poderia estourar durante um pouso e ouviu de colegas que um dos quatro freios da aeronave não estava funcionando. Além disso, a porta do avião teria um vão em que caberia a mão de uma pessoa.
A aeronave, de matrícula PR-PDS, voou por 19 anos no México antes de servir a operadoras da Irlanda e da Colômbia e, em 2020, chegar à MAP, companhia aérea comprada pela Voepass posteriormente.
Funcionários da empresa responsável pelo ATR-42 contaram que o avião chegou a ser interditado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Em contato com o site IstoÉ, a Anac explicou que duas aeronaves da MAP requeriam verificação de itens para a segurança operacional em Fernando de Noronha no dia 7 de maio. Segundo o órgão, os aviões retornaram às operações após as empresas realizarem os ajustes necessários.
O ATR-42 que apresentou problemas no início do ano está escalado para voar durante esta semana nas rotas Recife-Campina Grande e Recife-Natal-Mossoró.
Procurada pelo site IstoÉ, a Voepass reiterou que os atrasos e cancelamentos em sua programação aconteceram em decorrência de uma “reorganização da malha por contingenciamento”. “Estamos trabalhando para minimizar transtornos aos nossos clientes”, pontuou a companhia aérea.