Quem investe deve saber que, quando a palavra “juros” entra em cena, é preciso estar atento, diz Rafael Balsemão, do Inteligência Financeira. E, dentro desse conceito, há algumas definições: juro nominal, juro real e juros de mora, por exemplo.
Você sabe o que significa cada um deles? Confira a seguir e entenda por que é tão importante conhecer a diferença entre eles.
O que são juros?
Para começar, vamos entender a definição geral de juros. Trata-se da remuneração que o tomador de empréstimo precisa pagar ao detentor do dinheiro emprestado.
O juro pode ser simples, quando é calculado sobre o montante inicial do capital, ou composto, quando o juro é somado ao capital emprestado formando o montante sobre o qual se calcula o juro seguinte.
O que é taxa de juros nominal?
A taxa nominal, também conhecida como aparente, é a taxa declarada de uma operação financeira. No caso da Selic, por exemplo, atualmente ela está em 13,75 % ao ano, portanto, essa é a taxa nominal.
O que é taxa de juros real?
Já a taxa de juros real, por sua vez, é a taxa nominal descontada da inflação. Ou seja, é quanto um investimento rende acima da inflação.
Qual a diferença entre taxa de juros real e de juros nominal?
Portanto, a taxa de juros nominal é aquela que o investidor tem conhecimento ao emprestar o seu dinheiro. Já a taxa de juros real é aquela que realmente aumenta o capital de quem emprestou o dinheiro.
Em suma, é a taxa real que demonstra qual o ganho real do investidor, pois ela reflete o ganho obtido acima da inflação.
O que é a taxa Selic?
A taxa nominal base do Brasil é a Selic . Ela é usada como instrumento de política monetária, aumentando ou diminuindo para conter a inflação ou estimular a atividade econômica.
Assim sendo, o comportamento dela, de queda ou aumento, às vezes não reflete o comportamento da taxa real.
O que são juros de mora?
Os juros de mora são os decorrentes de atraso no pagamento.
Por que é importante entender a diferença entre taxa de juros real e nominal?
Quando você aplica o seu dinheiro, o seu objetivo é que, no futuro, ele seja rentabilizado para que você possa comprar mais coisas ao final do investimento do que comprava quando aplicou determinado valor.
Por exemplo, você decide investir hoje R$ 10 mil. Se após um ano o seu dinheiro tiver um rendimento nominal de 10%, você terá R$ 11.000 ao final do período.
Mas e se a inflação tivesse sido 15% nesse mesmo espaço de tempo? Podemos afirmar que você não fez um bom investimento – para igualar os ganhos da inflação, você deveria ter terminado o ano com R$ 11.500 naquela aplicação.
Em resumo, a inflação foi maior do que a rentabilidade do seu investimento e “corroeu” o seu poder de compra.
Como calcular a taxa de juro real?
Para calcular o juro real, você deve descontar o percentual da inflação sobre a taxa de juros nominal do investimento. A taxa de juro real é calculada com base em uma fórmula que considera a taxa nominal e a inflação como variáveis.
A representação matemática é essa:
(1 + in) = (1 + r) * (1 + j)
Na fórmula, temos o seguinte:
In = taxa de juros nominal
R = taxa de juros real
J = inflação do período
Todo investidor busca fazer investimentos que oportunizem ganhos reais, isto é, acima da inflação. Por isso, é muito importante descobrir a verdadeira rentabilidade do investimento, ou seja, saber qual é a taxa de juro real.
Portanto, com o conhecimento do juro real, é possível analisar quais investimentos oferecem uma taxa de juros acima da inflação.