Martine Moise, viúva do presidente do Haiti assassinado na quarta-feira, Jovenel Moise, fez neste sábado (10) suas primeiras declarações públicas desde o ataque, nas quais pediu a seu país que não “perca o rumo”.
Conforme a AFP, as palavras de Martine Moise chegam três dias depois que ela foi levada de avião a um hospital de Miami para ser tratada pelos graves ferimentos sofridos na manhã de quarta-feira, quando homens armados invadiram a casa da família em Porto Príncipe, capital do Haiti, um país que vê sua crise política se agravar sem um plano de sucessão claro no horizonte após o assassinato.
“Estou viva, graças a Deus”, disse Martine Moise em uma mensagem de áudio em crioulo publicada em sua conta oficial no Twitter, e verificada como autêntica pela AFP por meio do ministro haitiano da Cultura e Comunicações, Pradel Henriquez.
“Em um piscar de olhos, os mercenários entraram em minha casa e crivaram meu marido de balas… Sem nem mesmo dar a ele a chance de dizer uma palavra”, contou.
De acordo com as autoridades haitianas, um esquadrão de 28 homens (26 colombianos, muitos deles soldados aposentados, e dois haitiano-americanos) invadiu e abriu fogo contra o casal em sua residência.
As autoridades do país prenderam 17 dos agressores e mataram pelo menos três outros. Os outros seguem foragidos, segundo a polícia.
Até agora, nenhum motivo foi divulgado, e há dúvidas sobre quem pode ter sido o mentor do crime.
Martine Moise indicou uma variedade de razões possíveis: disse que os assassinos teriam sido enviados por pessoas que não gostaram dos planos de seu marido de fornecer “estradas, água e eletricidade, um referendo (constitucional) e eleições até o final do ano”.