O presidente Lula (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se encontraram na quarta-feira (20), em Nova York (EUA). Na avaliação do colunista Kennedy Alencar do portal Uol, uma relação próxima entre Brasil e Estados Unidos é interessante para Lula.
Durante o programa Análise da Notícia, Kennedy afirmou que uma vitória de Biden nas eleições americanas de 2024 também é do interesse do presidente brasileiro.
Vitória de Biden sobre Trump interessa à agenda externa do Lula.
Kennedy Alencar
Lula e Biden têm afinidades. Os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos têm afinidades em questões climáticas, questões trabalhistas e também na defesa da democracia. O Brasil enxerga uma derrota de Biden nas eleições dos Estados Unidos como uma ameaça à democracia e, de acordo com Kennedy, isso também iria atrapalhar a agenda externa de Lula.
Eleições nos Estados Unidos devem ser apertadas. Biden deve concorrer contra o ex-presidente Donald Trump nas eleições e, apesar das acusações judiciais contra Trump, o resultado deverá ser apertado. Pesquisas eleitorais indicam um empate entre os candidatos, e algumas delas apontam para vitória de Trump.
Biden faz um bom governo do ponto de vista econômico e Trump está emaranhado em acusações judiciais, mas o Brasil enxerga um risco de vitória do ex-presidente. Isso atrapalharia os planos de Lula para a política internacional.
Lula devolve favor a Biden. Joe Biden adotou uma posição forte contra Bolsonaro e a um possível golpismo nas eleições brasileiras no último ano. Isso foi importante no cenário internacional para uma rejeição à possível tentativa de golpe. Agora, Lula retribui o gesto.
Apesar de o presidente brasileiro não ser um cabo eleitoral popular nos Estados Unidos, ele possui excelente relação com a maior central sindical americana. Biden quer conquistar o apoio dos trabalhadores e sabe que a relação histórica de Lula com os sindicatos pode ajudar.
Lula adota estratégia pendular com potências. Estados Unidos e China são os dois maiores parceiros comerciais do Brasil e, após se alinhar com a China e o Sul Global em determinadas agendas, Lula está se voltando para os Estados Unidos.
O presidente adota uma estratégia pendular com as potências, pois os investimentos de China e Estados Unidos são muito grandes no Brasil.