Reunir projetos artísticos, culturais, sociais e ambientais em prol de uma sustentabilidade para além do meio ambiente. Ocupar a cidade com uma programação inteiramente gratuita, agregando coletivos, artistas, “oficineiros”, empreendedores, escolas, universidades, organizações sociais, iniciativa pública e privada. Com apoio da Prefeitura, a Virada Sustentável aporta em Salvador em novembro, nos dias 8, 09 e 10. O edital será lançado nesta quarta-feira (11), às 18h, no Teatro Vila Velha.
“Buscamos trazer a Virada Sustentável para Salvador com o objetivo de conectar pessoas, organizações e diversos atores para a agenda de sustentabilidade da cidade. A Prefeitura tem feito um trabalho grande, mas nada disso faz sentido se o cidadão não se envolver com essa agenda”, afirmou André Fraga, secretário municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência.
Maior festival de cultura, mobilização e educação para a sustentabilidade da América Latina, a Virada Sustentável reuniu, ano passado, mais de 45 mil pessoas em quatro dias de atividades gratuitas, ocupando mais de 50 espaços da capital baiana.
A programação contou com palestras e rodas de saberes, intervenções e performances artísticas, oficinas, projeções de filmes, teatro, dança, circo, feiras de artes, artesanato e economia criativa, exposições, grafite e artes plásticas, atividades esportivas e recreativas, contação de histórias, vivências, yoga e meditação, atividades culinárias, ações educativas e ambientais, e shows musicais.
“Foram mais de 200 atividades, criando um grande movimento de ocupação de Salvador, abrangendo de Itapuã a Cajazeiras, do Rio Vermelho ao Centro Histórico, passando pelo Solar do Unhão, Feira de São Joaquim, Barra e o Parque da Cidade. Conseguimos fazer uma grande articulação e mobilização com toda a sociedade, um mapeamento de mais de 100 projetos, compartilhados coletivamente e que possibilitaram a promoção de atividades de formação e do conhecimento, culturais e de mobilização social”, destacou a gestora da Virada Sustentável Salvador, Alice Barreto.
Com a proposta conceitual “O Centro pulsa – a vida em movimentos”, a proposta para este ano é de resgatar o processo histórico, criativo e sociocultural de fundação da primeira capital do Brasil. Alguns locais já estão sendo mapeados, focando no conjunto de bairros que formam o Centro Antigo da cidade – considerado o maior sítio patrimonial da América Latina.
“É um convite pra gente deslocar o olhar descolonial sobre o Centro Antigo, percebendo como toda a sua estrutura material e produção simbólica, cultural, tecnológica e ancestral permeiam e afetam a vida das pessoas, bem como de que forma essas mesmas pessoas performam o próprio Centro Antigo. A proposta do festival, no entanto, se estende a toda cidade, sempre buscando resgatar, preservar e valorizar os alicerces de formação de Salvador e das raízes de constituição de sua gente”, explicou Alice Barreto.
ONU
O festival é apoiado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e fundamentado nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Para esta edição, a Virada se fundamenta em 10 ODS: Erradicação da Pobreza; Saúde e Bem Estar; Educação de Qualidade; Igualdade de Gênero; Trabalho Decente e Crescimento Econômico; Redução das Desigualdades; Cidades e Comunidades Sustentáveis; Vida na Água; Paz, Justiça e Instituições Eficazes; Parcerias e Meios de Implementação.
A programação será montada a partir dos projetos inscritos gratuitamente, válido para pessoa física e jurídica. Serão contempladas propostas dentro das modalidades: atividades artísticas que necessitem de financiamento, projetos que precisem de estrutura ou espaço para realização, e outros independentes e autossuficientes. Cada proponente poderá se inscrever individualmente ou como representante de um grupo. O edital também vale para se inscrever como voluntário, para trabalhar durante os três dias do evento.
A Virada Sustentável é uma correalização do Instituto Virada Sustentável e Rede AMO de Comunicações Socioculturais, e realização da Secretaria Especial da Cultura do Ministério da Cidadania. O festival foi criado em 2011, em São Paulo. De lá pra cá, reuniu um público de mais de 7,7 milhões de pessoas em 25 edições, passando por sete estados e nove cidades, como Rio de Janeiro, Manaus e Porto Alegre, entre outras, além de Salvador – em 2016 e no ano passado.