sábado 22 de fevereiro de 2025
Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Home / DESTAQUE / Violência política afeta 64% dos parlamentares eleitos a partir de movimentos sociais
segunda-feira 5 de agosto de 2024 às 14:00h

Violência política afeta 64% dos parlamentares eleitos a partir de movimentos sociais

DESTAQUE, NOTÍCIAS


A violência política é um empecilho à continuidade da vida pública de 64% dos parlamentares que chegaram ao Legislativo brasileiro graças a movimentos sociais nos últimos quatro anos, de acordo com levantamento inédito segundo a coluna de Lauro Jardim, e que foi baseado em 30 mandatos desse tipo pelo país.

Lançada esta semana, a pesquisa foi desenvolvida pela Nossa, rede nacional de ativistas, com apoio da Luminate, organização filantrópica internacional. Os relatos são de agressões, assédios e ataques dentro e fora de casas legislativas do país.

Batizado de “Mandatos ativistas no Brasil: um diagnóstico”, o estudo se aprofundou nos casos de vereadores e deputados que chegaram ao poder a partir de grupos comunitários e movimentos sociais nos últimos quatro anos — isso é, estão atualmente em seu primeiro mandato. Foram considerados, inclusive, os chamados “mandatos compartilhados”, geridos em grupo (quase 60% da amostra).

Os ativistas que viraram autoridades estão espalhados por 11 estados das cinco regiões, com maioria em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pernambuco. Na divisão partidária, se dividem entre PSOL (51,6%); PT (32,2%); Podemos, Rede, PSD, PP e PL — todos com 3,2% cada.

Entre os exemplos analisados no levantamento estão os casos de Erika Hilton (PSOL-SP), eleita a partir da causa trans; Marina do MST (PT-RJ), dedicada aos sem-terra; Mandata Quilombo Periférico (PSOL-SP), com vereadores atuando sobre quilombolas, e a indígena Célia Xakriabá (PSOL-MG).

Além da violência política, foram mencionados como temas desafiadores para o futuro desses mandatos o relacionamento com o Executivo de cada localidade (40,6%) e saúde mental (34,4%), entre outros pontos relativos às equipes, aos partidos e ao eleitorado.

Entre os relatos, as parlamentares mulheres, cuja origem é o ativismo, estão preocupadas com a conduta dos colegas homens: “Precisamos fazer o que querem, senão somos humilhadas e ridicularizadas por acharem que somos incapazes (…)”, narrou uma delas. E com riscos impostos pela hostilidade da população: “Ameaças fragilizam a deputada e a equipe emocionalmente; há impossibilidade de organizar e mobilizar uma agenda”, diz um auxiliar cuja chefe demanda escolta.

Veja também

Operário morre após ser atropelado por rolo compactador em obra de estrada na Bahia

Um funcionário de uma obra morreu após ser atropelado por um rolo compactador, na tarde …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!