Depois do resgate de mais de 200 trabalhadores em um alojamento em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, submetidos a trabalho análogo à escravidão durante a colheita da uva para uma empresa, a Oliveira e Santana, que prestava serviço para vinícolas como a Aurora, a Cooperativa Garibaldi e a Salton, a entidade segundo Victor Irajá da Veja, que representa as empresas, o Centro da Indústria e Comércio de Bento Gonçalves (CIC-BG), emitiu um posicionamento deplorável colocando na conta de programas sociais a culpa pelas criminosas condições nas quais os funcionários se encontravam.
“Situações como esta, infelizmente, estão também relacionadas a um problema que há muito tempo vem sendo enfatizado e trabalhado pelo CIC-BG e poder público local: a falta de mão de obra e a necessidade de investir em projetos e iniciativas que permitam minimizar este grande problema”, começa a justificativa mambembe. “Há uma larga parcela da população com plenas condições produtivas e que, mesmo assim, encontra-se inativa, sobrevivendo através de um sistema assistencialista que nada tem de salutar para a sociedade”, pasme o leitor, encerra o texto.
No mesmo posicionamento, a entidade afirma que “é fundamental resguardar a idoneidade do setor vinícola, importantíssima força econômica de toda microrregião” e que “é de entendimento comum que as vinícolas envolvidas no caso desconheciam as práticas da empresa prestadora do serviço sob investigação e jamais seriam coniventes com tal situação”. A Justiça responderá à última questão.