A prefeita de Lauro de Freitas, Débora Regis (União Brasil), revelou na noite desta última terça-feira (7) mais um rombo deixado por sua antecessora, Moema Gramacho (PT), que deixou a gestão municipal no último dia 31 de dezembro.
Segundo Débora, a administração da petista recebeu em dezembro cerca de R$15,7 milhões do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), mas não pagou o salário do mês dos professores.
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Débora ainda questionou para onde foi o dinheiro, visto que restou na conta apenas R$1,4 milhão. A folha dos profissionais da educação de dezembro, no valor R$17,1 milhões, foi deixada em aberto por Moema. “Para onde foi o dinheiro do Fundeb? Eu gostaria inclusive que os professores assistissem a este vídeo. O município recebeu em dezembro um valor de R$15.763.942,34, sendo que no dia 31 de dezembro tinha um valor de R$1.434.000”, detalhou a prefeita, em vídeo publicado nas redes sociais.
Débora Régis decreta estado de emergência e calamidade financeira no município
A prefeita Débora Régis declarou, nesta quarta-feira (8), estado de emergência e calamidade financeira em Lauro de Freitas. A medida, tomada diante da grave situação financeira herdada da gestão anterior, terá validade inicial de 90 dias, podendo ser prorrogada por igual período, se necessário.
O decreto, publicado no Diário Oficial, revela um cenário crítico para o município. Entre os problemas apontados estão a ausência de recursos para cobrir compromissos básicos, como o pagamento da folha salarial de dezembro de 2024, avaliada em aproximadamente R$ 42 milhões. Além disso, Lauro de Freitas enfrenta dívidas de curto prazo superiores a R$ 150 milhões e pendências previdenciárias que ultrapassam R$ 50 milhões, acumuladas desde setembro de 2024.
“Encontramos um cenário de total irresponsabilidade com as contas públicas. A gestão anterior não deixou recursos em caixa para o pagamento dos servidores de dezembro, como é previsto por lei, e praticamente todos os contratos da prefeitura com fornecedores possuem dívidas, muitos em valores absurdos. Estamos produzindo relatórios detalhados para encaminhar aos órgãos de fiscalização, como o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), garantindo total transparência e respaldo às nossas ações”, declarou Débora Régis.
Entre os problemas herdados, destacam-se o alto comprometimento do orçamento municipal com despesas de pessoal e a inadimplência com fornecedores de serviços essenciais, como medicamentos básicos.
A prefeita Débora Régis determinou uma série de medidas emergenciais para enfrentar a crise financeira, como reavaliação e contenção de despesas, incluindo a redução de pelo menos 30% dos gastos com cargos comissionados e funções de confiança; além da criação de um Comitê de Ajuste Fiscal para equilibrar as finanças municipais e recuperar a capacidade de pagamento.