Tudo bem, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral não podia ficar numa penitenciária por prazo indefinido. Ele estava em prisão temporária no presídio de Bangu, aguardando um julgamento que ainda não ocorreu.
Mas segundo Tales Faria, do UOL, essa são coisas que só ocorrem na Justiça brasileira: o sujeito se confessa criminoso, pega uma prisão temporária, mas o julgamento não ocorre e ele acaba solto.
Mas este caso do ex-governador tem detalhes diferentes para os quais é preciso solução.
O primeiro deles é o montante roubado. A roubalheira foi tanta que Sérgio Cabral chegou a trazer uma casa pronta do exterior para montar num condomínio de luxo em Angra dos Reis (RJ). Segundo a delação premiada que assinou na Operação Lava Jato, devolveria R$ 380 milhões aos cofres públicos.
Um caso desses tem que ser tratado de maneira especial, não é mesmo? E o pior é que não se sabe ao certo se essa grana foi mesmo devolvida.
O outro ponto é que ele se confessou viciado em dinheiro roubado. Isso mesmo: viciado em propina.
Como lidar com uma situação dessas? Se você solta um cara viciado em matar, é grande a chance de que ele saia por aí cometendo outros assassinatos. Daí que viciados em matar vão parar num hospício penal.
Pois é. A mesma coisa se o cara é viciado em roubar: é bem provável que ele acabe roubando novamente.
Então, não adianta o Cabral ficar em prisão temporária enquanto não houver julgamento. Talvez seja melhor o sujeito aguardar seu julgamento num hospício. Em tratamento.
Solto, curtindo a bela vista para o mar de Copacabana é que não dá. Não vai se curar e só aumentará o vício. Corre o risco de sair de lá para roubar novamente. Afinal, é um vício.