Após retornar de Brasília, nesta última quarta-feira (9), após se reunir com o ministro da Casa Civil e principal líder nacional do PP, Ciro Nogueira, o vice-governador João Leão (PP), que é o primeiro vice-presidente nacional da legenda, convocou a bancada pepista na Assembleia segundo a coluna Satélite, no Correio, para discutir os rumos do partido na sucessão estadual, diante da pressão pelo rompimento com o PT. O encontro ocorreu à noite de ontem na casa de Leão, em Vilas do Atlântico, em meio à crise gerada pela quebra do acordo no qual o governador Rui Costa (PT), para disputar o Senado, renunciaria em abril e deixaria o vice no comando. No entanto, Leão soube pelo rádio, segunda de manhã, que não seria mais governador. Na ocasião, o senador Jaques Wagner, sem aviso prévio, anunciou o recuo de Rui em entrevista à Rádio Metrópole. Wagner só esqueceu de combinar com Rui, e claro, avisar a Leão. Nos bastidores, o comentário é só um: Rui sair candidato e Leão assumir o governo do Estado, só depende deles mesmo.
Durante a conversa com Leão, os deputados estaduais do PP mantiveram o mesmo tom adotado pelos parlamentares federais da legenda na reunião da última terça-feira (8). Em suma, consideraram que tanto o vice-governador quanto o partido foram traídos e tratados com desprezo por Wagner e pedem a saída da base aliada ao Palácio de Ondina.
Independente da estratégia por trás do jogo conduzido por Wagner, o efeito gerado até agora foi exclusivamente negativo para o PT. Fora a revolta e indignação do PP, sigla com bancada numerosa no Legislativo baiano e forte presença no interior baiano, com mais de 115 prefeituras.
Conforme informações nos bastidores, Leão seria o único pré-candidato ao governo estadual no país que possui três chapas que possa compor: a governista, a de ACM Neto e a chapa de João Roma (senador) e Raissa Soares (vice-governadora), esta última já estaria pré-formada com apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL) só aguardando Leão se decidir.