Vice-governador de Rondônia e candidato a deputado estadual pelo PSC, o empresário José Atílio Salazar Martins, conhecido como Zé Jodan, declarou pouco mais de R$ 101,7 milhões em patrimônio à Justiça Eleitoral (TSE) — quase o dobro do registrado por ele nas eleições de 2018 e de 2016, já considerando a inflação do período. Jodan, que é pecuarista e empresário do setor cafeeiro, é por enquanto o mais rico entre os 716 que registraram candidaturas e informaram seus respectivos bens ao TSE até a última sexta-feira.
O patrimônio de Zé Jodan é 80 vezes maior que o limite máximo de gastos para a campanha a deputado estadual em Rondônia. Os dados entregues ao TSE apontam que a maior parte do patrimônio do vice-governador vem de imóveis rurais (terras nuas). Foram declarados quatro terrenos avaliados em R$ 80,2 milhões — um deles sozinho vale R$ 65 milhões.
Em 2018, foram registradas propriedades na mesma categoria, no valor de R$ 34,7 milhões. A com maior valor, na época, era uma fazenda em Santa Luzia D’Oeste (RO), avaliada em R$ 35,1 milhões, considerando a inflação. Havia outras três fazendas no estado e um imóvel urbano em São Paulo na lista.
Não é possível, pela declaração, saber se os terrenos registrados este ano são os mesmos de 2018. Isso porque os candidatos não precisam mais detalhar os bens que declaram à Justiça Eleitoral, como ocorria em eleições passadas. Ao jornal GLOBO, Zé Jodan informou que são os mesmos e que foram declarados valores de mercado.
Zé Jodan foi eleito em 2018, quando estava no PSL (hoje União Brasil), na chapa do atual governador, Coronel Marcos Rocha, que vai disputar a reeleição pelo União Brasil. Em 2016, disputou a prefeitura de Rolim Moura (RO), mas não foi eleito.
O vice-governador registrou um número maior de veículos, na comparação com 2018. Há quatro anos, eram sete, no valor de R$ 1,3 milhão, corrigido pelo IPCA. Agora, são 11 veículos, que juntos somam R$ 3,5 milhões. O mais caro deles ultrapassa R$ 1 milhão. Jodan também adquiriu uma casa nova, no valor de R$ 350 mil, e outro bem imóvel não especificado, avaliado em R$ 28 mil. O único apartamento informado este ano é também 124% mais caro que o de 2018, localizado em São Paulo. Também não é possível saber se é o mesmo imóvel.
O vice-governador informou ainda ter R$ 458 mil num consórcio não contemplado — não é possível saber qual o tipo de bem. Em 2018, foram declarados R$ 18 mil na mesma categoria. Outro caso de aumento dos valores informados está na rubrica outros bem declarados. Esse grupo passou de R$ 10,8 milhões, com correção da inflação, para R$ 14 milhões. Na declaração de 2018, o valor correspondia a 4.500 cabeças de gado.