Uma das maiores obsessões da humanidade é viajar até Marte e, quem sabe, até colonizar o planeta vermelho. Mas essa “aventura” poderia ter consequências negativas para a saúde humana. Pelo menos é o que aponta um novo estudo realizado por pesquisadores do University College London (UCL).
Radiação pode causar danos à saúde dos astronautas
- De acordo com os cientistas, astronautas podem sofrer danos severos nos rins ao passar mais de um ano no espaço.
- Esta condição foi apelidada de “doença renal cósmica”.
- Um experimento realizado com roedores concluiu que os problemas são causados tanto pela radiação cósmica galáctica (GCR) quanto pela microgravidade.
- A conclusão foi descrita em estudo publicado na revista Nature Communications.
Perda de função renal é uma possibilidade
Durante o trabalho, a equipe simulou as condições de vida no espaço. Além disso, foram analisadas amostras de astronautas que realizaram missões espaciais em órbita baixa da Terra.
Os pesquisadores observaram que os rins de roedores foram remodelados após exposição a doses de GCR equivalentes a missões em Marte de 1,5 e 2,5 anos de duração.
Os túbulos renais dos animais, responsáveis pela regulação do equilíbrio de cálcio e sal, apresentaram sinais de encolhimento nos primeiros 30 dias da viagem. Também foi verificada a formação de pedras nos rins.
No caso mais extremo, com uma duração simulada da missão espacial de dois anos e meio, foram observados danos permanentes e a perda de função renal nos roedores.
A conclusão dos cientistas é que os astronautas até conseguiram concluir a missão à Marte, no caso de menor tempo de exposição, mas precisariam passar por diálise ao retornar à Terra. Por isso, defendem a necessidade de pensar em estratégias de proteção à saúde deles.
Os primeiros problemas de saúde relacionados à viagens especiais foram registrados após o primeiro pouso na Lua, em 1969. Entre eles estão: perda de massa óssea; enfraquecimento do coração; alteração na visão; e desenvolvimento de cálculos renais.