A oposição na Câmara de Municipal de Salvador está rachada após a conturbada escolha de Sidninho (Podemos) para a liderança de oposição. Tanto que o legislativo municipal pode começar a legislatura com dois blocos oposicionistas distintos. Irritados por terem sido excluídos das tratativas, os vereadores Silvio Humberto (PSB), Aladilce Souza (PCdoB) e José Trindade (Podemos) querem criar um bloco independente. O trio também quer a participação de Marcos Mendes (PSOL), suplente do deputado estadual eleito Hilton Coelho (PSOL), e Hélio Ferreira (PCdoB).
“Na última sexta-feira do ano, eu e a vereadora Aladilce estávamos em uma audiência com professores para discutir a reestruturação escolar. Tínhamos avisado isso previamente e teríamos como ocupar dois lugares ao mesmo tempo. Nós falamos isso com a bancada que se reuniu aí. Não entendemos que, naquele momento, haveria uma urgência urgentíssima para discutir a liderança. Era algo que poderia ficar mais para adiante. A forma como isso foi discutido gerou uma certa fissura no relacionamento do ponto de vista político”, diz Silvio Humberto ao BNews.
O trio, inclusive, já marcou um encontro na próxima semana para discutir quais serão os próximos passos. “Teremos uma reunião na próxima segunda-feira as possíveis saídas, podendo encaminhar inclusive a criação de um bloco parlamentar independente. A forma como foi decidida a liderança sem a presença, entendo que não foi a forma mais correta. Ainda mais com a nossa história de construir coletivamente as coisas”.
A vereadora Aladilce (PCdoB) afirma que houve falta de legitimidade na escolha de Sidninho. “Não será nem um bloco independente. Será um bloco de oposição mesmo. Fomos excluídos da reunião que escolheu a nova liderança do bloco de oposição que fazemos parte atualmente. É uma situação complicada. Entendemos que a escolha de uma liderança de bancada tem que ser feita com todos os membros para ter legitimidade”.
Atualmente, o bloco da oposição conta com 11 vereadores. Mais cedo, Trindade revelou que não foi procurado pelo Podemos a respeito da indicação de Sidninho para o posto. A mesma falta de diálogo, explica o edil, ocorreu quando o Podemos indicou Carlos Muniz para compor a Mesa Diretora. “Somos quatro vereadores no partido. Desde a eleição da Mesa, foi escolhido Muniz para a primeira secretaria pelo partido, essa decisão não foi conversada com minha pessoa. Depois, se decidiu que Sidninho seria líder da bancada, mas funca foi tratado no partido”, reclamou.