Desmistificar o medo do parto, conversando sobre as mudanças físicas na mulher e as alterações emocionais, tanto da mãe quanto do pai. Esse é um dos objetivos da vereadora Cátia Rodrigues (DEM) ao propor o Projeto de Lei nº 220/2020, sugerindo a disponibilização de cursos práticos e teóricos sobre maternidade para famílias de baixa renda.
Gratuitos e dirigidos a famílias inscritas em programas sociais das secretarias de Educação e de Saúde do Município, os cursos ensinarão também cuidados com recém-nascidos, materiais que podem ser utilizados na atenção ao bebê, melhor posição para amamentar, como dar banho, exercícios físicos, posturas corretas e relaxamento para a gestante.
A responsabilidade pela realização dos cursos será das secretarias da Saúde e de Assistência Social, em parceria com agentes comunitários.
Ansiedade
“A gravidez é um momento de alterações físicas e emocionais em que o casal confronta o medo e as expectativas de se tornarem pais. Para diminuir um pouco dessa ansiedade, estamos indicando esse projeto de lei sobre curso de gestante para pais e mães onde frisa a importância de estar bem preparados com a chegada do bebê”, justifica Cátia Rodrigues.
O curso para gestantes, segundo ela, tem ainda o objetivo de destacar a importância da participação do pai durante a gestação. Além disso, possibilitar o conhecimento das comunidades periféricas, socialmente e economicamente excluídas, sobre o cuidado com bebês recém-nascidos e crianças de até 2 anos de idade.
“É importante tornar a relação entre a família e a criança mais saudável e segura, proporcionando um ambiente mais favorável para o surgimento de diálogo entre os pais, criando hábitos saudáveis e incentivando a educação formal”, argumenta a vereadora Cátia Rodrigues. Ela observa que o curso é complementar ao pré-natal, “ajudando a resgatar a autoconfiança das mulheres, que, em alguns momentos, se acham incapazes de dar à luz e de criar um filho”.
A intenção é transmitir às famílias participantes informações concretas e seguras, esclarecer dúvidas com profissionais experientes e permitir que compartilhem seus sentimentos com outros casais. Serão oferecidas também noções de primeiros socorros, além de auxílio psicológico e jurídico.
“Há alguns anos as famílias eram grandes e a gravidez e o parto faziam parte da vida das mulheres. Lidar com uma criança não era nada assustador, pois as mulheres estavam naturalmente preparadas para isso. Com o tempo, as famílias ficaram menores, a mulher começou a trabalhar e a dividir suas preocupações entre marido, filhos, profissão e lazer. Por isso, hoje a mulher, ao saber que está grávida, sente muita alegria e realização, mas, ao mesmo tempo, tem receio do que está por vir”, ponderou a vereadora na justificativa da proposta.
Os interessados deverão se cadastrar nos estabelecimentos municipais de saúde mais próximos de suas residências, onde serão oferecidos os cursos. As condições sociais e econômicas dos cadastrados serão verificadas por assistentes sociais e/ou agentes de saúde em visitas às residências.
Os encontros serão quinzenais, podendo aumentar a frequência para até uma vez por semana, de acordo com a necessidade da criança e da família. O atendimento será feito em grupos de até 10 responsáveis, podendo haver agendamentos individuais.