Intensificar o combate à violência doméstica e familiar e fortalecer a rede de proteção à mulher: esse é o objetivo do projeto Guardiã Maria da Penha, idealizado pela vereadora Ireuda Silva (Republicanos) para implantar na estrutura da Guarda Civil Municipal. A indicação foi feita ao prefeito ACM Neto no ano passado.
Apenas no mês de janeiro, Salvador registrou cerca de 980 casos de violência contra mulher, um a cada 45 minutos, segundo dados das Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher. Além disso, 10.864 medidas protetivas foram distribuídas pela Justiça nos últimos dois anos na Bahia, representando apenas 37,3% dos 29.089 processos de violência contra a mulher abertos no mesmo período no estado. Atualmente, há 85.059 ações penais em curso.
Conscientização e repressão
“Esta é a triste realidade de Salvador e da Bahia, contra a qual tem sido cada vez mais difícil lutar. Portanto, é bastante oportuno que nossa capital conte com esse grande reforço, aproveitando ainda mais o competente trabalho da Guarda Municipal”, defende Ireuda, que é presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher na Câmara de Salvador.
“Entendemos que o combate à violência contra a mulher e ao feminicídio opera em pelo menos duas grandes frentes: conscientização, com o objetivo de se mudar gradualmente a maneira como as pessoas pensam sobre o problema, e repressão e punição. Portanto, quanto mais investimentos tivermos nesses âmbitos, melhor”, acrescenta. Atualmente, a Polícia Militar da Bahia conta com a Ronda Maria da Penha.
Para Ireuda, a luta deve ser feita com “garra, humildade e espírito colaborativo”, já que é um assunto sério e que afeta a vida de milhões de mulheres e famílias.
A vereadora lembra ainda que outros municípios,a exemplo de Alagoinhas, já desenvolvem ações preventivas e de proteção à vítima de forma integral.