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O Hub Salvador, localizado no Comércio, foi palco de um encontro memorável que reuniu trancistas para discutir a necessidade de regulamentar a profissão. O evento, intitulado “Reunião Extraordinária das Trancistas da Bahia”, foi conduzido pela presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e vice da Comissão de Reparação, vereadora Ireuda Silva (Republicanos), e teve a participação de líderes influentes do movimento, incluindo Michele Reis (Fala Trancista) e Denise Melo (Baiana Braids).
Em seu discurso, a vereadora enfatizou a relevância das trancistas não apenas como profissionais de beleza, mas como guardiãs de uma tradição cultural profundamente enraizada na história da população afro-descendente.
Além disso, a parlamentar estimulou as mulheres presentes a apresentarem as próprias demandas, o que rendeu uma gama de depoimentos ricos e emocionantes. Uma delas foi Carla, que relatou seu drama pessoal envolvendo um problema de saúde, em virtude do qual se submeterá a uma cirurgia, e pontuou o quanto sua arte a ajuda a ter forças para seguir em frente. Sua fala arrancou lágrimas de quase todas as mulheres presentes.
“Quando valorizamos e enaltecemos as tranças e outros elementos da estética afro, estamos reafirmando nossa identidade. Estamos dizendo ao mundo que valorizamos nossa herança, nossa cultura e nossa contribuição para a sociedade brasileira”, destacou a vereadora, que, ao final contou a própria trajetória de superação, crescimento pessoal e profissional e empoderamento como mulher, demonstrando que a persistência, a fé e a vontade de vencer são capazes de romper os obstáculos mais difíceis.
Denise Melo destacou que o ofício de trancista também é luta e resistência e pontuou a necessidade da regulamentação da profissão e fixação de piso salarial. Já Michele Reis ressaltou a ancestralidade inerente à atividade e reiterou a defesa por reconhecimento. A vereadora e as trancistas defenderam a inclusão do ofício na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). “Os governos podem tomar diversas medidas para apoiar os trancistas e promover sua valorização e qualificação”, disse Ireuda Silva.
As profissionais mencionaram ainda incentivos fiscais, programas de capacitação, cursos específicos e parcerias com a indústria da beleza como formas de estimular o crescimento dessa categoria profissional.
A mensagem final foi clara: juntos, podemos garantir que as futuras gerações herdem não apenas tranças bem-feitas, mas também uma tradição cultural rica e valorizada. Ao final, todas assinaram um manifesto, que será entregue pessoalmente ao ministro do Trabalho, Luiz Marinho, para reivindicar os direitos elencados durante o evento.
