Em 2024, a inflação dos alimentos atingiu 7,7% em relação ao ano anterior, tornando itens básicos como café, carne, arroz e feijão inacessíveis para muitas famílias. Para a vereadora Ireuda Silva (Republicanos), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e vice-presidente da Comissão de Reparação da Câmara Municipal de Salvador, essa alta impacta na população de forma desigual, afetando especialmente mulheres chefes de família, donas de casa e pequenas empreendedoras que dependem do setor alimentício para garantir sua renda.
“Enquanto os preços sobem, o desespero cresce. E vejam a ironia: diante desse caos, o que diz o presidente da República? ‘Se está caro, não compre!’ Como se a mulher nordestina, a mulher negra, a dona de casa ou a microempreendedora pudessem simplesmente ignorar a necessidade de comer”, critica Ireuda.
A vereadora destaca que as mulheres negras são as mais afetadas pela crise, pois enfrentam maiores taxas de desemprego, salários mais baixos e o impacto direto da alta dos preços dos alimentos. Segundo ela, profissionais como feirantes, cozinheiras e quituteiras têm seus lucros reduzidos devido ao aumento dos custos dos insumos básicos.
“A inflação dos alimentos não pesa igualmente para todos. Para quem tem privilégios, é apenas um dado. Para a mulher pobre, é a fome na mesa”, afirma a vereadora. Diante desse cenário, Ireuda defende medidas urgentes, como controle de preços, incentivo à produção e apoio direto às famílias em situação de vulnerabilidade. “Não podemos nos calar. Precisamos de governantes que respeitem o povo e entendam a dor de quem não pode simplesmente ‘deixar de comprar’ aquilo que é essencial para viver”, conclui.