Salvador não vive apenas uma pandemia de Covid-19. A cidade está com outro sério problema de saúde pública: o aumento dos casos das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti em toda a cidade. Os registros saltaram de 2.300, em 2019, para mais de 8 mil nos cinco primeiros meses deste ano. “Estamos vivendo uma verdadeira epidemia de chikungunya e dengue e um surto de zika, e o poder público deve tomar providências urgentes. Esse problema está afetando moradores de vários bairros”, alerta a vereadora e ouvidora-geral da Câmara de Salvador, Aladilce Souza (PCdoB)
A vereadora, que é enfermeira e também integra a Comissão de Saúde da Câmara, observa que além das intensas dores e indisposição, a chikungunya deixa sequelas por até dois anos, o que faz com que as pessoas interrompam várias vezes suas atividades laborais. “E quem não tem vínculo empregatício e precisa trabalhar, como garantir seu sustento?”, questiona.
São Cristóvão
Aladilce destacou que vem constantemente cobrando maior investimento nas ações epidemiológicas e sanitárias: “A execução orçamentária é baixíssima, como podemos constatar nos relatórios da Secretaria da Fazenda. E as ações de combate são cruciais para reduzir o crescimento das doenças”, enfatizou.
Entre as denúncias registradas na Ouvidoria ao longo da semana, a vereadora destacou o apelo de uma moradora do bairro de São Cristóvão, informando que muitas pessoas da comunidade estão manifestando os três tipos de doença. Mas, não conseguem atendimento médico porque as unidades de saúde estão priorizando pessoas com sintomas do novo coronavírus.
“A Covid-19 é um grave problema de saúde pública, mas não podemos deixar, de forma alguma, de prestar atendimento às pessoas que estão com outras doenças. É preciso repensar como essa questão será resolvida”, afirmou Aladilce.
Segundo a ouvidora da Câmara, todas as queixas de focos dos mosquitos transmissores e do crescimento do número de casos estão sendo repassadas à Secretaria Municipal de Saúde.